Segundo o diretor do IAF, é muito interessante que o governo comece a pensar como gente grande, e que o período de críticas e radicalismo contra novas proposições tenha ficado para trás, contudo admite que caso aja realmente intenção de que seja construída uma siderúrgica de grande porte, diversos novos investimentos terão que ser feitos.
Maurício Ferreira lembrou que quando o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC foi criado ele buscava, a partir de grandes obras, modificar "panoramas"sócio-econômicos de regiões, posteriormente, com o advento da crise mundial, ele teve seu objetivo original deslocado (positivamente, diga-se de passagem), para a aplicação de uma política keynesiana de combate à recessão de ao desemprego, contudo, durante esse período a estado deixou de apresentar projetos em atividades produtivas, e a inércia da equipe técnica do governo deixou a Bahia praticamente fora do programa de investimentos.
Ainda segundo Maurício Ferreira, esta é uma culpa exclusiva da equipe técnica, e que o governador Jaques Wagner não pode carregar, pois desde 2007, o governador falava em instalar uma nova siderúrgica no Centro Industrial de Aratu, e citou nota publicada em 24/04/2007, no site Bahia Já (http://www.bahiaja.com.br/noticia.php?idNoticia=1703), em que constava o anúncio por Jaques Wagner de que iria implantar uma nova siderúrgica no CIA.
A falta de operacionalidade da equipe oficial é o que diferencia o estado da Bahia do de Pernambuco, disse Ferreira. Enquanto Pernambuco já se encontra com um pólo industrial praticamente pronto, acoplado a uma refinaria e, o que é mais importante, um moderno porto de alta profundidade, a Bahia só agora inicia os debates para a implantação de uma siderúrgica junto a um sistema portuário, que também não saiu do papel, envolto em denúncias ambientais.
Ele alertou que uma definição sobre a implantação do Complexo Porto Sul, a sua condição de porto avançado, bem como a sua localização em plena área de preservação ambiental, na Mata Atlântica, limita muito as possibilidades de sua exploração comercial, já que jamais poderia se inserir na figura de um complexo industrial integrado, onde a produção de commodities, o beneficiamento e inserção de valor agregado à produção industrial primária e secundária, o fornecimento de energia e sobretudo transporte, distribuição, escoamento e logística da atividade produtiva, estivessem integradas e racionalizadas, com vistas ao mercado não apenas local, mas internacional.
Para Maurício Ferreira as assinaturas de protocolos não devem significar muita coisa, já que a transformação da região e a racionalização da produção e exploração de minério de ferro para Bahia, teria que passar por uma política de investimentos públicos atrelada a investimentos privados, puros ou acoplados às PPPs. Ele ressaltou que a Vale ou, até mesmo, a baiana Ferbasa poderiam ser de grande valia nesta hora, mas que só o governo teria condições de dispara os investimentos, que deveriam superar os 15 bilhões de dólares em recursos oficiais, valor inferior ao que vem sendo investido em Pernambuco e no Maranhão, mas que, em função da inércia governamental se tornou difícil de obter.
Ferreira voltou a afirmar que o mês de outubro marcou o início do fim da crise mundial, e com ele os grandes investimentos públicos e lamentou que só agora a equipe do governo estadual tenha acordado para a necessidade de projetos capazes de impulsionar a economia, o que coloca a Bahia em extrema desvantagem em relação aos estados que já obtiveram financiamento para os seus projetos, como Pernambuco (U$ 35 bilhões), Maranhão (U$ 25 bilhões), Ceará (U$ 20 bilhões) e Rio de Janeiro (U$ 70 bilhões !!!). Por fim, Maurício Ferreira declarou que acredita que só a força política do governador Jaques Wagner, poderá trazer recursos para a implantação de uma nova siderúrgica, que juntamente com a conclusão das obras do Complexo Porto Sul, Ferrovia Oeste-Leste e a Ponte Salvador-Itaparica, poderão ser os principais marcos de seu governo