Economia

COOPERATIVAS CAMINHAM A PASSOS LENTOS NA BAHIA, POR OHARA GRECE

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| 02/11/2009 às 22:25
As cooperativas têm capacidade maior de resposta as crises
Foto: SINTRACOOP
  Há um esforço enorme da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) no sentido de qualificar e melhorar a performance desse segmento no país e tanto isso é verdadeiro que, recentemente, o governo brasileiro assinou com a Itália um convênio com objetivos de promover o desenvolvimento local e sustentável, a implantação de políticas sociais, de economia, cultura e cooperativismo, explica o secretário da Presidência da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, que participou da reunião no Palácio Buriti, em Brasília.

 A Itália é um exemplo sempre lembrado de como um país melhorou sua economia nacional a partir de sistema cooperativas nas regiões da Úmbria, Toscana, Marche, Emilia-Romagna e Ligúria.


 No Brasil, temos nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais exemplos de cooperativas de sucesso, especialmente nos segmentos de alimentos, nos agro-negócios. As cooperativas agroindustriais em Florianópolis recentemente reagiram à concentração no mercado de carne de frango e suínos consolidado com a fusão de Sadia e Perdigão na Brasil Foods e a compra da Seara pela Marfrig. Elas exigiram nesse encontro sua participação nos negócios, esteve lá brigando não se acovardaram e exigiram sua participação no mercado frente aos gigantes.


  Já na Bahia, apesar do governador Jaques Wagner ter sancionado uma lei de apoio ao cooperativismo aprovado na Assembléia Legislativa do Estado, até agora as iniciativas são limitadas, tímidas, não tem nada de novo ou não foi divulgado. Não há um movimento mais intenso de organização e expansão do cooperativismo, embora, em alguns municípios do semi-árido, com apoio do SEBRAE de algumas Prefeituras e de comunidades estejam sendo implementadas algumas cooperativas, sobretudo no ramo dos alimentos, na fruticultura e no caprino-ovino-cultura.


  Existem poucas cooperativas na Bahia, apenas 836, em todos os ramos. Para um Estado com a dimensão da França, mais de 500 mil quilômetros quadrados e uma população se aproximando dos 14 milhões de habitantes, era de se esperar que esse número fosse bem maior, em todos os segmentos. A pesca, por exemplo, que é uma atividade propícia ao cooperativismo, porque agrega pequenas comunidades e colônias, ainda responde de forma tímida no segmento cooperativista. E olhe que temos 1.000 km de costa marítima, duas baias, dezenas de rios, o São Francisco, lagoas, barragens e açudes.


  É claro que existe um esforço da Seagri, do Sebrae, de Prefeituras, de várias comunidades no sentido de expandir o sistema cooperativista no Estado, mesmo com todo ranço cultural da colônia, de uma cultura eminentemente portuguesa escravista. A semana do empreendedorismo pilotada pelo SEBRAE é um bom exemplo.


  Os passos são lentos. Mas, que ninguém tenha dúvidas de que o sistema cooperativista é o melhor para atender diferentes comunidades e projetos, quer no crédito, na medicina, na administração hospitalar, no transporte, nas culturas alimentares populares - caju, maga, mamão, etc, floricultura e assim por diante, bem como no campo novo que é a tecnologia da informação.


  A crise da economia mundial está sendo superada e temos convicção de que as cooperativas ajudaram nesse processo e ainda vão contribuir muito mais.