Economia

CULTIVO DE OSTRAS EM CATIVEIRO TEM INCENTIVO DA SECRETARIA AGRICULTURA

Vide
| 21/09/2009 às 21:23
Marisqueiras de Santiago do Iguape cultivando ostras em mesas suspensa
Foto: Bahia Pesca
Criado pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária,
(Seagri), através da Bahia Pesca, o projeto de cultivo de ostras em
cativeiro, em Cachoeira, no recôncavo baiano, já dá os primeiros frutos e
garante renda para 18 famílias. A cada mês estão sendo retiradas 100
dúzias de ostras, produzidas em "mesas" suspensas sobre as águas dos
manguezais da Baía do Iguape. Cada mesa tem entre 30 a 40 "travesseiros"
e produzem ostras que chegam a 15 centímetros, três vezes maiores que o
produto importado dos estados do Sudeste e Sul do País.


Através do projeto as famílias apreendem técnicas de produção e controle
de qualidade e criação de estruturas associativistas para a
comercialização do produto. Todo o trabalho é feito nas comunidades
remanescentes de quilombos de Dendê, Caongi, Calembá e Engenho da Ponte.
“O cultivo está aumentando, e no futuro vai abarcar todas as famílias da
região”, diz, entusiasmado o presidente da Cooperativa de Maricultores do
Iguape (Comai), Nilton Antonio Nogueira Silva, de 42 anos.

Além da Baía do Iguape, entre os municípios de Cachoeira e Maragogipe, a
Bahia Pesca desenvolve pesquisas nos projetos de ostreicultura nas
localidades de Ponta Grossa, Baiacu e Jiribatuba (Ilha de Itaparica),
Maragogipinho, no município de Aratuípe, e na Ilha Branca, município de
Jaguaripe.

Potencial 

Para o diretor-presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, a
ostreicultura é uma atividade de grande potencial no entorno da Baía de
Todos os Santos, que começa a ser explorado de forma mais racional. Ele
explica que além desse trabalho em Iguape, a Bahia Pesca desenvolve outros
projetos, como o de cultivo de algas e a criação de Beijupirá em
cativeiro.

"Em Iguape já se colhe os primeiros resultados, mas em outras
áreas o trabalho se desenvolve bem com boas perspectivas", diz.
Conforme explicou o subgerente de Maricultura da Bahia
Pesca, Eduardo Rômulo Nunes Rodrigues, em Iguape trata-se
de um projeto de cultivo para complemento de renda, uma
vez que as comunidades quilombolas da região desenvolvem
outras atividades como o plantio de legumes e a
apicultura.

"O que fazemos é criar condições, mediante
acompanhamento técnico, para que no futuro eles possam
desenvolver atividades geradoras de emprego e renda em
benefício da própria comunidade", diz.

Eduardo diz que a próxima fase do trabalho é o de criar um
certificado de qualidade e origem dos produtos, que ficará a
cargo do Programa Estadual de Controle Higiênico Sanitário de
Moluscos Bivalves. "Com isso teremos o monitoramento da
produção e da qualidade do produto que será comercializado em
Salvador e outras regiões", diz Eduardo.