Economia

GOVERNO TENTA EM LA ROCHELLE INCREMENTAR TURISMO NÁUTICO NA BAHIA

Vide
| 15/09/2009 às 12:08
Sec. Domingos Leonelli, Setur, e Dominique Bussereau, ministro de Transportes, da França
Foto: Fernanda Régis
    Além da chegada de 84 barcos em Salvador no próximo mês, a Regata Transat 6.50 pode significar oportunidades e negócios entre franceses e brasileiros. De olho nesse nicho, que poderá trazer benefícios, sobretudo com a geração de renda para a população que vive no entorno da Baía de Todos-os-Santos, o secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, participou de encontros com empresários europeus em La Rochelle.

Um desses encontros, que envolveu a comitiva baiana e empresários franceses, contou com a participação do ministro da França para os Transportes, Dominique Bussereau. O representante do governo é o mesmo que acompanhou o primeiro-ministro Francês, Nicolas Sarkosy, durante a visita feita ao Brasil.


Se no Brasil o tema central da discussão foi a compra do TVG (trem bala) e a venda de aviões da Embraer para a França, em La Rochelle, o foco principal foi pautado pelo desenvolvimento do turismo náutico brasileiro com a abertura, na Bahia, de bases de charter direcionadas também ao turismo náutico internacional.
 
"Este é um tipo de turismo que nos interessa muito, pois seu poder de compra e consequentemente os gastos que realiza nos destinos visitados são bem superiores aos praticados por outros tipos de turistas", destaca Leonelli.


TURISMO NÁUTICO

No centro das questões discutidas em La Rochelle, a proposta de reduções de taxas na importação de barcos franceses para compor as bases de charter, em troca da transferência de tecnologia na manutenção e construção de embarcações e o compromisso de que, para cada grupo de seis barcos importados, sejam adquiridos pelo menos quatro nacionais similares.

"Ao desenvolver o turismo náutico internacional no Brasil e abrir a indústria nacional a novos investimentos, além de avançar com a tecnologia de construção de barcos de recreio, nos mesmos moldes que ocorreu com a indústria automobilística no passado, ainda estaremos incentivando o crescimento da produção nacional", diz o consultor náutico da Bahia, Walter Garcia.


Numa primeira rodada de intenções e negociação, o grupo baiano reuniu-se também com diretores da Dufour, o terceiro maior estaleiro de barcos de lazer da Europa. Na nova investida para o desenvolvimento do turismo e da indústria náutica na Bahia, as reuniões também ajudaram a abrir as velas para as oportunidades que deverão surgir através da capacitação de mão de obra e da criação de uma escola náutica no Estado. Esta será mantida pela parceria que está se estruturando entre o Governo da Bahia e o Conseil Général da Charente Maritime.
 
"Acredito que esta escola será um marco importante para a náutica na Bahia. Já estamos desbloqueando metade do investimento para que os trabalhos possam começar o quanto antes", diz Dominique Morvant, Vice-Presidente do Conseil Général da Charente Maritime.


Leonelli defendeu ainda a idéia de que este é um projeto que pede urgência. "Está previsto que os barcos cheguem a Salvador por volta do dia 20 de outubro. Podemos colocar esta data como o prazo para que as cartas de intenções e contratos estejam prontos para que possamos concretizar os projetos", concluiu.