Economia

COOPERATIVAS EXPORTAM MENOS, MAS CONFIAM NA RETOMADA CRESCIMENTO

Vide
| 26/08/2009 às 13:25
Vendas de produtos industrializados em alta, câmbio razoável,
quantidades maiores e preços em dólar acima das médias históricas
devem salvar o ano das cooperativas no mercado externo.

As exportações diretas do segmento, previstas para recuar 10% no
início deste ano, podem empatar ou até mesmo superar os US$ 4 bilhões
registrados em 2008, estima a OCB. Mesmo com um primeiro semestre
marcado pelo recuo de 6% nas vendas externas, as cooperativas se
animam com a recuperação econômica mundial, a boa demanda em mercados
árabes e asiáticos, além dos preços firmes dos mercados futuros. "Não
me surpreenderia se o resultado fosse até melhor do que no ano
passado", aposta o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Nos primeiros seis meses de 2009, as sociedades venderam US$ 1,75
bilhão ao exterior. Embora inferior ao desempenho de 2008, o resultado
desse primeiro semestre foi o segundo melhor da série histórica
iniciada em 2004. Os efeitos da crise financeira sobre os principais
importadores complicaram o cenário dos primeiros seis meses, mas a
China fez uma antecipação providencial de suas compras de soja,
projetadas em 38 milhões de toneladas neste ano.

"O câmbio em alta no
primeiro semestre influenciou muito. Mesmo com oscilações", avalia o
analista de mercados Marcos Antonio Matos, da OCB. "Mesmo com câmbio
ruim, abaixo do "ponto de equilíbrio" de R$ 1,85, os preços devem
subir em dólar por causa da demanda em alta provocada pela recuperação
econômica", completou o técnico da OCB.

A soja tem preços de US$ 12 por bushel para setembro, bem acima das
médias históricas. Outros produtos com boas perspectivas para as
cooperativas no mercado externo são o açúcar e café. Mesmo no complexo
carnes, segmento dos mais atingidos pela crise de consumo, os preços
melhoraram e a demanda tende a aumentar, sobretudo nos países da União
Europeia. Os produtos mais embarcados pelas cooperativas ao exterior
foram do complexo soja, sucroalcooleiro e carnes, além de café,
cereais, algodão e produtos lácteos.