"Os serviços de bens culturais e intangíveis, como a música e o audiovisual (cinema, TV, vídeo, games, animação digital e conteúdo para internet e celular) apresentam grande potencial de inserção no mercado internacional de serviços, graças à criatividade e à natural musicalidade atribuídas internacionalmente aos brasileiros", afirma Ricardo Saback, presidente do PromoBahia, ressaltando que "considerando a admiração internacional que a diversidade e riqueza cultural da Bahia despertam, existe um mercado a ser explorado que pode impulsionar este importante setor da economia baiana".
Na pauta do Seminário serão discutidos os entraves e as soluções para internacionalização, expansão e desenvolvimento da cadeia produtiva da música e do audiovisual, incluindo os aspectos culturais, tecnológicos, autorais e de entretenimento. Também serão apresentados cases de sucesso, a exemplo da experiência internacional do filme "Estômago", da Zencrane Filmes, além dos investimentos criativos e musicais de Carlinhos Brown ao redor do mundo.
Já está confirmada a participação de especialistas e representantes de instituições ligadas ao mercado internacional, como David Peter McLoughlin (da empresa Brasil Música e Artes - BMA), que vai falar sobre "A exportação da música do Brasil"; Bruno Amado (Apex Brasil), que vai abordar "A internacionalização de bens culturais: projetos e alternativas para a exportação de audiovisual e música" e Eliana Russi (da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão - ABPITV), que vai debater sobre "A exportação de produtos audiovisuais".
Ricardo Saback - presidente do PromoBahia - Centro Internacional de Negócios:
"Os serviços de bens culturais e intangíveis, como a música e o
audiovisual, apresentam grande potencial de inserção no mercado
internacional de serviços. Temos que nos profissionalizar mais para
aproveitar a admiração internacional que a diversidade e riqueza
cultural da Bahia despertam para promover no exterior as
potencialidades desse importante setor da economia baiana.
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Claudia da Natividade, produtora da Zencrane Filmes, que produziu o
filme Estômago - o filme brasileiro mais premiado do ano
passado (venceu 15 prêmios no exterior e 20 no Brasil):
"Para conquistar o mercado internacional temos que fazer bons filmes
de temática universal, mas com elementos regionais, que possam ter boa
performance nos festivais internacionais; investir em projetos de
co-produção internacional que possam somar recursos de produção de
países diferentes e também investir em talentos, em potenciais jovens
diretores, roteiristas e atores nacionais que possam trabalhar no
exterior".
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David McLoughlin, diretor da Brasil, Música & Artes (BM&A) -
tradicional promotora e exportadora de música brasileira.
"As oportunidades no mercado internacional para a música independente
do Brasil existem, mas dependem cada vez mais do artista e do produtor
que passam a assumir o papel que era da gravadora até poucos anos
atrás".
"Os Estados Unidos são o principal e o mais dinâmico mercado para a
produção musical independente, com uma participação muito grande se
comparado ao mercado tradicional. Metade da renda da distribuição
digital brasileira vem dos Estados Unidos. Outros mercados como o
Japão é muito dinâmico para as novas mídias e extremamente aberto a
cultura brasileira".
**Bruno Amado, gerente de Projetos da Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (ApexBrasil):
"No campo da música e audiovisual, o Brasil tem muitos mercados
importantes para conquistar e estar antenado com as novas mídias,
modelos de distribuição e produção de conteúdo é fundamental para que
se possa gerar negócios para os empresários e artistas brasileiros que
atuam no segmento".
**Eliana Russi, gerente de projeto da Associação Brasileira das
Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV). A Associação já
exportou cerca de US$ 50 milhões desde 2004:
"Há boas oportunidades de co-produção, pré vendas, licenciamento e
venda a canais para séries de animação para a TV para o público
infantil e documentários, no Canadá, Alemanha, França e Inglaterra".
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Sofia Federico, diretora de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia:
"É de fundamental importância discutir a internacionalização do
audiovisual, principalmente dentro do atual panorama de convergência
tecnológica para o digital. As fronteiras vêm caindo cada vez mais e
de maneira frenética.
Hoje, já temos acesso a conteúdos audiovisuais
produzidos em todo canto do mundo, e conteúdos diversos: filmes,
seriados, programas, jogos eletrônicos, clipes, novelas, formatos
híbridos. Levar esse tema ao debate é refletir sobre essa realidade
que enfrentamos, para construirmos novas relações e procedimentos e,
sobretudo, novos modelos de negócio. Há um novo paradigma - que já não
é tão novo - que precisa ser compreendido como fenômeno social,
cultural e também econômico".
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Gilberto Monte, diretor de Música da Fundação Cultural do Estado da Bahia:
"É de fundamental importância o investimento na construção da imagem
da Bahia como um Estado diverso musicalmente. O perfil da Monocultura
Musical é o que hoje existe no imaginário do país e no exterior.
Possibilitarmos a visibilidade da produção contemporânea é estratégico
para abertura de mercados e construção de um público consumidor amplo.
Investidas internacionais resultam em visibilidade no mercado exterior
e nacional, amplia o horizonte de negócios e permite a circulação de
conteúdo e músicos. Além do fator econômico a experiência de estar em
contato com o universo do outro permite uma maior compreensão de seu
universo. Expandir as fronteiras musicais do Estado significa avanços
no campo econômico, cultural e social".