Economia

COOPERATIVAS DE INFRAESTRUTURA DEFINEM DEMANDAS PARA O SETOR

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| 30/07/2009 às 13:29
Discutir as demandas e prioridades do Ramo Infraestrutura e seu plano
de ação junto com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Com este objetivo, representantes das cooperativas paranaenses do
setor estiveram reunidos esta semana em
Curitiba (PR), na sede da Organização das Cooperativas do Estado do
Paraná (Ocepar).
 
O evento faz parte de uma série de reuniões para
melhor estruturação do plano de ação do ramo, organizada pela OCB.
Estão previstos outros encontros nas regiões Sul e Nordeste ainda
neste ano.

A realização de um seminário para debater as estratégias das
cooperativas de infraestrutura e o agendamento de uma audiência na
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foram alguns dos pontos
discutidos.

A reunião contou com a participação do vice-presidente da
Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop) e
presidente da Cooperativa de Energização e Desenvolvimento Rural da
Grande Dourados (Cergrand), Valdir Pimenta da Silva, como
representante nacional do ramo, o secretário executivo da Organização
das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, e o superintendente
adjunto do Sistema Ocepar, Nelson Costa.

Importância 

De acordo com o secretário executivo da OCB, Renato
Nobile, a reunião foi muito positiva no sentido de promover o
alinhamento do ramo. "O presidente da OCB, Márcio Lopes, defende de
que tenhamos esse alinhamento no Sistema.

É um trabalho conjunto, onde
procuramos ir aos estados e às regiões para perceber os problemas
específicos de cada localidade e os problemas comuns, principalmente
os ligados à regulação", afirma.

"Vamos tentar sensibilizar cada vez
mais os entes do governo federal sobre a importância das cooperativas
do setor de infraestrutura no modelo de desenvolvimento do interior do
País", completa Nobile.

Ações

Ainda em agosto deste ano, deve ser realizado um seminário
nacional, em Brasília (DF), para discutir os principais desafios
enfrentados atualmente pelo segmento. De acordo com Valdir Pimenta da
Silva, as cooperativas de infraestrutura estão sendo pressionadas a
deixar o mercado. "Nós não vamos permitir que as cooperativas sejam
liquidadas, como vem ocorrendo. Também estamos nos mobilizando para
que o setor seja regulamentado de forma a garantir a sua viabilidade
econômica", afirma.

"O grande problema é que está ocorrendo omissão
por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no processo
de regularização, provocando distorções que vem prejudicando as
cooperativas", acrescenta o representante nacional do ramo.

Pleito 

Entre as reivindicações do setor está a definição de tarifas
para as cooperativas autorizadas. Na reunião desta terça-feira, os
participantes decidiram agendar uma audiência com o diretor presidente
da Aneel para discutir o assunto. "Precisamos que sejam definidas
tarifas de compra de forma que possamos entregar energia elétrica aos
nossos associados com um valor módico.

O nosso preço final não pode
ser diferente ao da Copel, por exemplo. Mas as tarifas de hoje não nos
permitem fazer isso. Desta forma, estamos sendo obrigados a buscar
recursos complementares em outros meios", explica Valdir.

Ainda de acordo com ele, no Paraná, a defasagem é maior ainda porque o
governo do estado está incentivando atividades rurais, como avicultura
e suinocultura, com incentivo ao uso de energia elétrica a preços
menores, mas sem contemplar as cooperativas do ramo.

Ação

Nesta sexta-feira (31/7), será realizada outra reunião na
sede da Ocepar para buscar uma solução jurídica à pressão exercida
pela Copel sobre as cooperativas de infraestrutura paranaenses. "Temos
que tomar uma medida urgente porque os reflexos estão vindo mais
rápido do que nós imaginávamos. As cooperativas estão recebendo
visitas de representantes da Copel, que estão querendo incorporar ou
comprar as unidades.

É um jogo desleal que está sendo praticado com o
objetivo de enfraquecer no nosso sistema", afirma Edvino Shadeck, que
é presidente da Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do
Paraná (Fecoerpa), secretário da Cooperativas de Infraestrutura e
Eletrificação Rural de Palotina (Cerpa) e diretor da Ocepar.

 Ele lembra que as cooperativas de infraestrutura foram criadas
no Paraná há pouco mais de 30 anos, com o apoio da Copel e do Incra.
"Foi uma forma de fazer com que a agricultura tivesse um atendimento
direto, já que existia dificuldade de expansão e baixo consumo. Agora
que no meio rural há grandes consumidores, como os da avicultura,
estamos sendo pressionados a deixar de atuar no setor", ressalta.

Ainda de acordo com Shadeck, as cooperativas de infraestrutura
respondem por cerca de 1% do volume de energia consumido no Paraná. No
entanto, estão tendo que arcar o prejuízo. "Nós estamos que pagar o
aumento de cerca de 12,6% concedido pela Aneel, mas não podemos
repassar isso para o nosso associado. Enquanto isso, o consumidor da
Copel está tendo desconto desse aumento. Estamos defendendo uma tarifa
justa. Porque dar aumento para as cooperativas e não dar ao restante",
questiona.

Setor - Existem cerca de 120 cooperativas do ramo infraestrutura no
País, englobando 750 mil cooperados, concentrados principalmente nas
regiões Sul e Sudeste. No Paraná, há seis cooperativas com oito mil
associados.