Economia

EX-MINISTRO ROBERTO RODRIGUES FALA SOBRE A FORÇA DAS COOPERATIVAS

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| 17/07/2009 às 12:43
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do
Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp, falou sobre o potencial
agrícola do Brasil, a deficiência das políticas públicas e a
importância do cooperativismo. "A oferta não acompanha a crescente
demanda de alimentos no mundo", começou o ex-ministro da Agricultura,
apontando o Brasil como o grande seleiro do mundo.

"Nenhum país fez uma revolução tecnológica no campo como o nosso; o
Brasil tem aumentado constantemente as exportações agrícolas,
diversificando os produtos e os destinos; e temos terras e gente
disponíveis para ampliar muito mais o plantio", ressaltou Rodrigues,
destacando também o rejuvenescimento dos produtores agrícolas.
 
"Os
jovens estão aprendendo a tocar como empresários as lavouras dos pais,
sem precisar da presença constante no campo", disse ele.

"Só não somos melhores por problemas de efetivação das políticas
públicas e pela grande resistência ao Brasil agrícola lá fora",
continuou Rodrigues, afirmando que os países não diminuem o
protecionismo rural com medo do Brasil ganhar mais mercado ainda.
Sobre política agrícola, o ex-ministro foi categórico: "temos, sim,
política agrícola; o problema é que os instrumentos para efetivá-la
estão espalhados por vários ministérios, que não se conversam".

COOPERATIVAS

Rodrigues alertou também os dirigentes cooperativistas. "Temos um
instrumento muito importante para corrigir o social por meio do
econômico.

O problema é que os dirigentes um tem ciúme do outro, e os
discursos e iniciativas que realmente interessam não ecoam. Nosso
lobby desunido não convence o governo", disse Rodrigues, com a
experiência de quem já conduziu várias entidades de representação das
cooperativas, no Brasil e no exterior.

Para a produção de leite, Rodrigues disse que são necessárias
tecnologia, escala e agregação de valor, e tudo sob uma gestão
adequada. "Isso só é possível por intermédio de cooperativas",
salientou ele, concluindo que os cooperativistas ainda não sabem a
força que têm."Não adianta saber das leis e dos valores do
cooperativismo, é necessário ter comportamento cooperativista",
acrescentou Rodrigues.