Os trabalhadores da construção estão em estado de greve na Bahia.

A direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom-BA) informa que, nesta segunda-feira (9/03), às 10 horas, na sede da SRTE - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, nas Mercês, acontecerá uma rodada de negociação decisiva com os patrões.

Caso não haja acordo, poderá ser decretada greve geral por tempo indeterminado nesta semana, com a paralisação de 100 mil trabalhadores nos canteiros de obras em todo o estado, dentre esses, 40 mil em Salvador e Região Metropolitana.

Os trabalhadores da construção reivindicam reajuste unificado de 13% para todo o estado, com piso salarial de R$ 494,94, para ajudante comum; de R$531,10 para ajudante prático e R$ 866,37 para operário qualificado; além de cesta básica no valor de R$ 115 e fim do contrato de experiência, dentre outros benefícios.

PARTICIPATIVA

O presidente do Sintracom-BA, Raimundo Brito, diz que esta campanha salarial é a mais participativa da categoria nos últimos anos, em todo o Brasil. Pela primeira vez acontece um movimento unificado na Bahia, reunindo o Sintracom-BA, a Federação dos Trabalhadores na Construção (Fetracom-BA) com os sindicatos filiados nos municípios e as centrais sindicais Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical.

Na última rodada de negociação, quinta-feira passada (5/03), os empresários continuaram com proposta de reajuste de apenas 5%, abaixo da inflação do período. Na oportunidade, mais de cinco mil trabalhadores tomaram a Avenida Sete, a partir da SRTE, até o Largo de São Bento, onde foi realizada assembléia geral para decidir os rumos do movimento. Desde o mês de outubro de 2008 que os trabalhadores da construção estão em campanha salarial.

A data base da categoria é janeiro e já foram realizadas dez rodadas de negociação sem que houvesse nenhum avanço. A reunião desta segunda-feira será a 11ª rodada de negociação. A mobilização para a greve já está acontecendo em todos os canteiros, inclusive nas obras de condomínios de luxo ao longo da Avenida Paralela, como o Condomínio Alphaville. Se a greve for decretada, todas as obras vão parar, o que vai alterar o cronograma dos projetos e a data de entrega dos imóveis.