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O Ministério da Fazenda comprometeu-se hoje, (28) com o governador Jaques
Wagner a criar uma linha especial de crédito no Programa Revitaliza, com
recursos do BNDES, para os fruticultores do Vale do São Francisco,
atingidos pelos efeitos da crise financeira mundial.
Com esta medida os fruticultores terão acesso a capital de giro, no montante de R$ 160 a 200 milhões. A decisão do Ministério da Fazenda, anunciada nesta tarde durante
reunião do ministro Guido Mantega com os governadores Jaques Wagner e
Eduardo Campos, de Pernambuco, foi fruto da articulação feita pelo governo
baiano através da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária,
Seagri.
Para o secretário Roberto Muniz, a liberação dos recursos representa novo
alento para o setor que sofre com os efeitos da crise mundial. Segundo
ele, a liberação de recursos para capital de giro vai garantir a próxima
safra e a manutenção dos postos de trabalho.
DIFICULDADES
De acordo com o governador Jaques Wagner, "o ministro Guido Mantega
entendeu as dificuldades pelas quais passa a fruticultura irrigada,
particularmente uva e manga. E já amanhã, na reunião no Conselho
Monetário, ele vai determinar a excepcionalidade para que o programa
Revitaliza, especificamente voltado para exportações, possa abrir uma
linha de crédito da ordem de R$ 160 a 200 milhões.
O governador explicou
que "o Revitaliza sempre associa investimento e custeio, "mas nesse caso,
nós conseguimos essa excepcionalidade. Então é uma ótima notícia que eu
posso transmitir a todos os fruticultores e evidentemente a todos àqueles
que trabalham na cultura da uva e manga irrigada em Juazeiro".
"O apoio do governador Jaques Wagner e a participação do secretário
Roberto Muniz foram fantásticos", disse Ivan Pinto da Costa, presidente da
Câmara da Fruticultura de Juazeiro.
Ele informou que o agronegócio da manga e da uva
no Vale do São Francisco, ocupando 120 mil hectares de área irrigada,
emprega 240 mil pessoas, 120 mil das quais no estado da Bahia. Ivan Pinto
lembrou que, por causa da crise, dez mil pessoas foram demitidas, "mas
agora poderão ter seus empregos de volta".
A resolução do Ministério da Fazenda será colocada nesta quinta-feira,
(29), na reunião do Conselho Monetário Nacional, que deverá autorizar os
bancos credenciados a iniciar as operações.
NEGOCIAR DÍVIDAS
O secretário Roberto Muniz lembrou que no início desta semana os
fruticultores do Vale do São Francisco já haviam comemorado uma vitória
quando, atendendo a proposta oficial da Seagri, o Ministério da Integração
Nacional baixou resoluções autorizando a renegociação das dívidas dos
produtores, e a manutenção em 2009 dos mesmos limites de crédito
praticados antes da crise para empresas exportadoras financiadas pelo
Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, FNE.
Os fruticultores do Vale do São Francisco conseguiram a renegociação das
parcelas vencidas a partir de setembro de 2008 e vincendas em 2009,
pagando apenas 2% e 5% dos saldos devedores em atraso. Além disso, poderão
tomar novos empréstimos para as safras seguintes. Já as empresas
exportadoras, integrantes do Nexport (Programa Nordeste Exportação),
poderão contrair empréstimos do FNE até o limite de R$ 40 milhões, nas
mesmas condições do ano passado. Além da Bahia, a medida beneficiou
todos os produtores da região de atuação da Sudene, que abrange os nove
Estados do Nordeste, mais o Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, e o
Norte do Espírito Santo.