O ministro afirmou estar otimista para a evolução do emprego no ano, por ter "certeza" de que o Banco Central deve reduzir nesta semana a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% anuais. "Mas não adianta só o Copom reduzir, se a rede bancária não acompanhar e cortar o juro também para o consumidor", afirmou ele.
Sem adiantar quais as medidas que serão baixadas até o fim de janeiro para estimular a economia e o emprego, o ministro indicou que o governo prepara mais incentivos ao setor de construção civil, "onde o efeito é imediato" na criação vagas formais.
Questionado também se haverá novas reduções de impostos para a indústria em geral, Lupi respondeu com evasivas. "A indústria de transformação exige medidas mais complexas, uma ação integrada entre várias áreas econômicas do governo", disse ele.
Segundo o ministro do Trabalho, Lula "não ficou chocado" com o recorde negativo em termos de corte de vagas apontado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o mês passado. "Ele já estava sabendo", disse Lupi referindo-se a Lula.
"E é por isso que o presidente me pediu propostas para enfrentar a situação", continuou Lupi, destacando que janeiro e fevereiro "são meses fracos" e também devem ter resultados negativos na área do emprego formal. "Mas março já será positivo", afirma.
Por seu lado, o ministro disse não ter ficado surpreso com os números, que ele atribuiu "ao efeito forte da crise", por conta de uma "asfixia de financiamento às empresas em dezembro". De qualquer forma, Lupi procurou ressaltar que o saldo de geração de empregos com carteira assinada em 2008 ainda foi positivo "e muito bom".
O resultado líquido apontado pelo Caged foi a criação de 1,452 milhão de postos de trabalho no ano passado, o terceiro melhor resultado atrás de 2007 (1,6 milhão) e 2004 (1,5 milhão).