O prefeito João Henrique determinou que o líder do governo na Câmara Municipal, vereador Sandoval Guimarães, retire do projeto de reforma tributária que tramita no Legislativo, o Artigo 18, que aumenta o IPTU para o ano de 2010. 

O prefeito disse que Salvador é a décima sexta capital em arrecadação do imposto, mesmo sendo a terceira maior cidade do Brasil, fato que gera distorção e acentuadas dificuldades financeiras. No entanto, chegou à conclusão de que ainda faltam critérios e estudos mais aprofundados. "A sociedade tem que saber porque vai pagar qualquer que seja o tributo", afirmou JH.

João Henrique vai se reunir ainda hoje (28)com o secretário da fazenda, Flávio Mattos, e cobrar agilidade no processo de recadastramento do município. Ele também conversou com técnicos do Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial, ligado ao Movimento Brasil Competitivo, que vai assessorar a Prefeitura a construir uma nova base tributária. 

"Precisamos construir critérios, com máxima transparência", afirmou o prefeito, destacando que os estudos também serão discutidos com a sociedade. "Uma coisa é certa: não podemos mais conviver com apenas 600 mil contribuintes numa cidade de 3 milhões de habitantes. Essa base vai aumentar".

 CORREÇÃO

O prefeito antecipou que o IPTU de 2009 será corrigido em 6,26%. No próximo ano, os estudos mostrarão o valor do reajuste para ser aplicado em 2010. "O que estamos buscando é a justiça tributária. Nós vamos, sim, combater qualquer tipo de tentativa de escorcha tributária. A população pode ficar tranquila", comentou JH.  Na opinião do prefeito, este assunto é considerado tabu e muitos não tiveram a coragem necessária para discutí-lo e enfrentá-lo, o que tornoua cidade quase que totalmente dependente do Governo do Estado. "Ora, Salvador tem que buscar a sua autonomia".

Para JH, o seu sucessor vai encontrar uma cidade bem estruturada e poderá desfrutar de uma administração organizada sob todos os aspectos. "Já me chamaram de quebra-mitos. Não me faltará coragem para continuar quebrando mitos, mesmo que seja para mexer em feridas históricas.

Resolvemos questões complexas como o Forte de São Marcelo, o Clube Português, os alagamentos na Avenida Centenário e na Frederico Pontes. Vamos continuar resolvendo problemas como as barracas de praia, o aeroclube, a revitalização da orla, o canal do Imbuí, entre outros. Não acreditavam no PDDU e o PDDU está aí direcionando a cidade rumo ao futuro. É preciso ter coragem e agir. Um administrador público não pode ter medo de tomar decisões", concluiu.