Economia

ALTERNATIVA VIÁVEL DAS COOPERATIVAS FOI ESQUECIDA PELOS CANDIDATOS

Ohara Grece é nosso articulista deste segmento
| 01/10/2008 às 15:02
  A campanha eleitoral em Salvador (e também na Bahia) está chegando ao fim sem que os candidatos a prefeito e vereadores tivessem destacado, o mínimo aceitável, o sistema cooperativista. Salvo o candidato Hilton do PSOL que citou muito vagamente.


  Numa cidade como Salvador, paupérrima, onde a maioria da população vive com salários entre 1 e 3 mínimos, e também há uma faixa na linha da pobreza sustentada no Bolsa Família e no biscate, sem renda formal, esperava-se dos candidatos uma atenção maior com o cooperativismo.


  O Cooperativismo surgiu junto com a Revolução Industrial, como forma de amenizar os traumas econômicos e sociais que assolavam a classe de trabalhadores com suas mudanças e transformações.  


  Desde dezembro de 1844, quando foi fundada a "Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale" (sociedade de consumo baseada no cooperativismo) por 28 tecelões do bairro de Rochdale, em Manchester, na Inglaterra, que o sistema cooperativista vem se expandindo pelo mundo. Aqui no Brasil o inicio de tal prática data de 1847 e chegou com força no Sul e Sudeste, especialmente Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, mas, na Bahia ainda engatinha.


  Creio que, em Salvador, seria uma solução viável para inserção de mão de obra no mercado de trabalho, para organizar várias comunidades na produção de bens e serviços, em setores primários e secundários. Já existem exemplos estimulantes nas áreas da reciclagem de lixo, confecções, alimentos e até no teatro dentre outros segmentos.


  Além disso, setores da classe média e média alta se incorporaram a esse segmento, nos setores de transporte, da engenharia, da saúde e no crédito.


  Os prefeituráveis, se bem soubessem o que representa o cooperativismo, poderia ter apresentado em suas campanhas propostas nessa direção para tentar afastar o monstro do desemprego na capital dos desempregados como dizem alguns candidatos.


  Hoje, os segmentos que mais crescem e se destacam dentro do sistema cooperativista no país são as agrícolas e as agropecuárias e as das áreas de crédito em franca expansão: créditos profissionais, de classes ou empresas, as de trabalho e transportes sendo que todas estas poderiam ser perfeitamente aplicadas em Salvador.


  Pena que os olhares dos candidatos estão voltados para outra direção e ignoram uma prática que vem acontecendo e dando certo ao longo de várias décadas em diversas regiões do país e que tem o apoio e incentivo declarado do presidente Lula.