O Diretor de Assuntos Parlamentares do IAF, o Auditor Fiscal Maurício Ferreira criticou a transformação do debate num "embate de instituições, com forte patrulhamento ideológico sobre as opiniões de cada um" e reafirmou a posição do sindicato dos Auditores de não admitir o compartilhamento de atribuições, por absoluta ofensa aos princípios constitucionais da igualdade, impessoalidade e legalidade, todos esculpidos no artigo 37, inciso II da CF.
Para o sindicalista, o IAF Sindical vem mantendo nos últimos anos uma forte campanha na defesa do concurso público e pretende discutir o tema em audiência pública a ser proposta pelas lideranças na Assembléia Legislativa do Estado da Bahia.
"Estamos aqui para fazer a defesa do concurso público como princípio, como regra geral. Não vamos aceitar outras formas de ascensão funcional", afirmou o Auditor Fiscal Mauricio Ferreira. Ele teme para os riscos de que se instale "um verdadeiro e desnecessário clima de guerra na Sefaz" caso a proposta do gabinete do secretário não seja retirada e considera uma grande intransigência do governo a insistência em mantê-la, afirmou.
Na opinião do dirigente a proposta em nenhuma hipótese visou o fortalecimento da administração tributária, nem a melhoria da máquina fiscalizadora - justificativa do representante do governo para as modificações propostas na estrutura das carreiras do grupo fisco - e sim atender um compromisso com um segmento político que atua na secretaria.
O representante do IAF SINDICAL lembrou que esse instrumento "foi a grande conquista do Estado na Constituição de 1988, pois impede que governantes que entram e saem a cada quatro anos mexam nas categorias a seu bel-prazer, vinculando-as às políticas de governo".
Para o sindicalista, é o concurso público que permite a estruturação de carreiras mais perenes, portanto mais vinculadas à política de Estado. "Neste momento que vem à tona corrupção, lavagem de dinheiro, caixa dois de campanha, sonegação, cresce a importância dessas instituições do Estado", afirmou Mauricio Ferreira. "Apenas se essas instituições estiverem vinculadas a uma política de Estado é que o país vai poder atravessar essa turbulência".
NOTAS NA IMPRENSA
Neste domingo, em A Tarde, o IAF Sindica expressa seus pontos de vista em informe publicitário e o Sindsefaz faz o mesmo também em A Tarde.
São posições divergentes, o primeiro defendendo como princípio o concurso público e o segundo situando que, embora a Sefaz não tenha acatado suas proposta de unifação das carreiras, o que está em pauta, agora, são avanços para a categoria fisco.
A matéria ainda não foi encaminhada pela Sefaz à Assembléia Legislativa. A rigor, nem o IAF Sindical nem o Sindsefaz conhece a inteireza da proposta.