A Presidência da República está finalizando o Plano Executivo  para Aceleração do Desenvolvimento e Diversificação do Agronegócio na Região Cacaueira do Estado Bahia (PAC do Cacau) diante das sugestões apresentadas pelo governador Jaques Wagner.

    A informação foi transmitida pelo diretor-geral da Ceplac, Gustavo Moura, na solenidade de homenagem aos extensionistas no auditório do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), na sede regional da Ceplac, na rodovia Ilhéus-Itabuna.

          
  O dirigente afirmou que o governador apresentou três propostas já que a inicial não atendia plenamente as necessidades do produtor de cacau e por considerar que a lavoura cacaueira merece mais atenção do Governo Federal. Moura disse ainda que também se aguarda definição sobre o projeto de reconhecimento institucional da Ceplac, criada em 20 de fevereiro de 1957 por decreto do presidente da Republica, tendo condenado os boatos em torno da extinção do órgão pelos que chamou de desinformados.

           
    O diretor-geral confirmou a transferência das quatro unidades da Escola Média de Agropecuária Regional da Ceplac (Emarc) para o Ministério da Educação até junho, ressaltando que estão assegurados recursos orçamentários em torno de R$ 6 milhões, a inclusão da Escola Agricultura de Ipiaú na Instituição Federal de Educação Tecnológica (IFET) que será criada, além da abertura de concurso para a contratação de professores para os cursos tecnológicos e de nível médio. "A transformação se dará mediante decreto do presidente da República, a quem compete tal medida", discursou.

            PIONEIRISMO

    
     O secretário estadual de Agricultura, Geraldo Simões, disse que está trabalhando junto ao governador Jaques Wagner para fortalecer a assistência técnica e a extensão rural na Bahia, tendo reconhecido que a Ceplac é pioneira na prestação deste serviço e um dos órgãos públicos mais importantes na atenção ao produtor.

    "A Ceplac faz diversificação de cultivos e assistência e extensão rural ao longo de sua história com competência e é preciso que reconheçamos isto. Tudo o que consta do PAC do Cacau é fruto da experiência da instituição nestes 51 anos", declarou.

           
    Para Simões é preciso se entender que não se pode mais cuidar da lavoura como pensado por Ignácio Tosta Filho, na década de 30, e na época da criação da Ceplac, em 1957. "A Região Cacaueira da Bahia tem que deixar de ser exportadora de matéria-prima. A Ceplac vem demonstrando que se pode implantar dezenas de fábricas de chocolate no sul da Bahia com vantagens competitivas ao produtor de cacau", assinalou.
   O secretário baiano também exortou os agrônomos e técnicos agrícolas da assistência técnica e extensão rural a atender à agricultura familiar e assentamentos, que são responsáveis por cerca de 50 mil hectares.

           
   A festa de comemoração dos 51 anos de criação da Ceplac reuniu, no auditório do Cepec, a maioria dos extensionistas dos 52 escritórios regionais e locais e o chefe do Centro de Extensão da Ceplac (Ceplac/Cenex), Cloildo Guanaes, prestou homenagem a todos os 14 ex-dirigentes do departamento com o diploma de reconhecimento. Além disso, o chefe do Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec), Jonas de Souza, recebeu troféu de "Amigo Colaborador" da Igreja Batista de Coaraci pelo apoio que dá à creche para 100 crianças mantida por aquela congregação.

 Falando em nome do produtor, o cacauicultor Henrique Almeida declarou que a classe está alerta e vigilante na defesa da Ceplac como instituição essencial à lavoura cacaueira. Coube ao poeta e cantor Zenrique declamar "Matança", poema de autoria de Jatobá, em defesa da Mata Atlântica. Na solenidade foram lidas moções de aplauso da deputada federal Alice Portugal (PC do B-BA) e do vereador Luis Sena, de Itabuna, e cartas de agradecimento pela homenagem dos ex-dirigentes do Ceplac/Cenex Antonio Vasconcelos, Manoel Malheiros Tourinho e Joaquim Cardoso Filho, que não puderam comparecer ao evento.