A Bahia está, mais do que nunca, travando uma quase invisível e decisiva batalha sem quartel com outros estados, para conseguir manter o seu desenvolvimento. Tudo isto acontece, porque a base para se ter competitividade de preços dos produtos numa economia globalizada é a melhor logística  que cada estado possui para chegar rápido e barato nos mercados consumidores.

   De um lado, tem alguns estados nordestinos, como Ceará e Pernambuco, buscando se estruturar para serem os grandes escoadores das riquezas do Nordeste, através de portos modernos e da ferrovia Transnordestina.

   De outro lado, aparece o Centro-Oeste querendo viabilizar a saída Norte-Sul, com a ferrovia do mesmo nome e o porto de S. Luis, MA., tentando abocanhar a produção do oeste baiano para aumentar o volume de cargas oriundas de Goiás, Tocantins e Mato Grosso.    

   Para contrabalançar a situação, a Bahia precisa, como coisa de vida ou morte, garantir: a implantação em tempo recorde da ferrovia Oeste-Leste (Luis Eduardo/ Ilhéus) e de porto especifico para atende-la; a modernização e pleno funcionamento da ferrovia FCA (trechos Aratú/ Belo Horizonte e Aratu/ Juazeiro); a melhoria da hidrovia do São Francisco; a ampliação e modernização dos portos de Salvador, Aratú e Ilhéus;

 
   CORRIDA DE
   OBSTÁCULOS

   Quando são apresentados os pleitos à União aparecem muitos óbices nos caminhos percorridos pelas forças baianas. Primeiro, a turma nordestina concorrente mexe os pauzinhos junto ao TCU para barrar a retirada do "Gargalo do Paraguaçú" na ferrovia FCA (o maior existente no País), através da construção de novo anel passando fora de São Felix e Cachoeira.

   A direção do DNIT (diretor geral é de Mato Grosso e ferroviário de Tocantins) aceitam até exigência de cópia do modelo da ponte que D. Pedro II trouxe da Inglaterra, sob argumento de não agressão a paisagem. 

   O projeto da linha ferroviária do "Canal de Tráfego" ligando diretamente Camaçari e Dias D'Avila à Aratú está sendo, também, bombardeado pelo DNIT, impedindo uma alternativa de transporte mais eficiente para a produção do Pólo e Parque Automotivo.

   Estas obras de melhoria da ferrovia FCA vão permitir um ganho de três dias no tempo da viagem entre Camaçari e São Paulo, estando incluídas no PAC e estimadas em R$ 200 milhões de um total de R$ 400 milhões que o DNIT tem para gastar este ano no Brasil todo.

  Com uma vantagem financeira desta e os estudos da ferrovia Leste-Oeste sendo contratados, explica-se porque os concorrentes com a Bahia estão apelando para tudo que é possível.