Economia

SETOR SUPERMERCADISTA EM SALVADOR ENTRA NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

A proposta de audiência pública é do deputado João Bacelar
| 28/11/2007 às 16:07
  O deputado João Carlos Bacelar (PTN) propôs a realização de audiência pública na Comissão Infra-estrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo Assembléia Legislativa a fim de debater o oligopólio do setor supermercadista na capital baiana.

  Recentemente, mais uma empresa do setor - o Mercantil Rodrigues - foi adquirido por uma multinacional, ao ser incorporado a rede GBarbosa, do grupo chileno Cencosud. O grupo chileno estreou no mercado nacional já na quarta posição no ranking brasileiro, e agora, com o Mercantil Rodrigues torna-se a segunda rede do mercado baiano. "

  Esta danosa concentração do setor supermercadista tem sido uma tendência na Bahia e já vem desde a aquisição do Bompreço pelo grupo americano Wal-Mart e do Atacadão pelo grupo francês Carrefour. Uma situação que, na prática, já configura a existência de um oligopólio no setor supermercadista baiano.
 
  Como é de conhecimento público, nesse tipo de mercado há poucos fornecedores e cada um detém uma parcela grande do mercado, de forma que qualquer mudança em sua política de vendas afeta a participação de seus concorrentes.

  Por exemplo, se um fornecedor reduzir o preço abaixo do nível geral do mercado, ele atrai os clientes dos concorrentes. Se os poucos concorrentes baixarem seus preços na mesma proporção, de modo que nenhum deles fique em vantagem em relação aos demais, provavelmente o nível geral de lucro se reduzirá", disse Bacelar.

  O deputado enumerou alguns dos prejuízos originados da concentração do setor supermercadista: Redução do número de postos de trabalho. Para se ter uma idéia, na época do supermercado Paes Mendonça, trabalhavam na rede 17 mil funcionários, hoje, não chegam a sete mil; Enfraquecimento da rede de fornecedores locais.

  Os fornecedores baianos estão sendo substituídos por grandes distribuidores, muitas vezes, multinacionais; e Pequenas e médias empresas locais estão fechando. Sem acesso direto às indústrias como os concorrentes estrangeiros, os empresários baianos acabam perdendo o poder de disputa no mercado. "Precisamos debater essa situação com a Associação Bahiana de Supermercados (ABASE), para discorrer sobre a concentração supermercadista e suas conseqüências nocivas para a economia baiana", disse Bacelar. O pedido para realização da audiência vai ser votado pela Comissão Infra-estrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, antes da sessão ser realizada. "Diante da gravidade da situação, tenho certeza que a AL vai aprovar o requerimento, pois trata-se de ações danosas ao desenvolvimento do Estado", concluiu Bacelar.