Economia

COMISSÃO DE DEPUTADOS VAI AO LITORAL NORTE VERIFICAR MEIO AMBIENTE

Essa é a questão. O governador luta para trazer investimentos, os ambientalistas são contra.
| 08/11/2007 às 18:23
    O Litoral Norte da Bahia pode perder, até 2010, investimentos da ordem de US$2,2 bilhões e que poderão criar 17 mil unidades hoteleiras e gerar mais de 16 mil empregos diretos. A ameaça existe por conta do impasse entre os órgãos ambientais.

  Para checar a situação de perto, a Comissão de Infra-estrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, que tem como presidente o deputado Júnior Magalhães, visitará nesta sexta-feira (9/11), às 9 h, as obras do grupo Reta Atlântico para verificar se há, de fato, irregularidades no local. Integrantes da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembléia e o Centro de Recursos Ambientais (CRA) também foram convidados.


Conforme o deputado Júnior Magalhães, a idéia é chegar a uma solução de forma mais rápida e da melhor maneira possível. "A Assembléia é uma caixa de ressonância da sociedade e nós não devemos ter partido nessa discussão. Já tivemos discussões anteriores e ficou claro que defendemos o desenvolvimento sustentável, mas não podemos aceitar regras que venham atravancar o progresso do estado", comentou.


  OBRAS EMBARGADAS

  O Grupo Reta Atlântico teve suas obras embargadas por conta da construção de uma ponte sobre o Rio Imbassaí em uma suposta zona de proteção. O problema é que o licenciamento para construção da mesma foi concedido. Agora, depois de parte das obras realizadas, o empreendimento foi multado em R$1 milhão pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Conforme Pedro Dias, representante do grupo Reta Atlântico o prejuízo a imagem da Bahia tem sido prejudicada neste processo. "Não existe segurança no que é licenciado. Nós nos comprometemos com 190 pessoas que compram casas confiando neste documento", disse.


Além dos investidores, os prefeitos da região também estão preocupados. O prefeito de Mata de São, João Gualberto, por exemplo, comentou preocupado, na última audiência realizada na Assembléia, que no Litoral Norte existem outras questões mais urgentes que precisam ser resolvidas, como a falta de tratamento de esgoto e o aproveitamento de mão-de-obra.

O prefeito disse ainda que se os investimentos não forem concedidos, certamente os investidores deixarão a região e a prefeitura sem recursos. "A população pobre daqui a pouco vai invadir todas as regiões de proteção ambiental e órgão nenhum vai tirar ninguém", resumiu.