O Litoral Norte espera receber mais de US$1,8 bilhão em investimentos estrangeiros até 2010, mas os empreendimentos turísticos podem ser cancelados em função dos entraves da área de licenciamento ambiental.

   A informação foi dada pelo presidente do Complexo Costa do Sauípe e da Associação Brasileira de Resorts, Alexandre Zubaran, durante audiência pública realizada, hoje (12), pela Comissão de Infra-estrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Júnior Magalhães.

   O evento contou com a participação dos secretários de Turismo, Domingos Leonelli, e de Meio Ambiente, Juliano Matos, além de representantes do setor hoteleiro, de órgãos de licenciamento ambiental, prefeitos, além dos deputados e do público em geral.

   DESALINHAMENTO
  
  O secretário Domingos Leonelli concordou que há um desalinhamento institucional entre os órgãos de meio ambiente, nos três níveis de governo, o que gera entraves para o desenvolvimento do turismo baiano, especialmente na Costa dos Coqueiros. Ele defendeu a necessidade de definição de regras claras para atrair novos empreendimentos.

   Leonelli citou ainda ser necessário investir na qualificação profissional e no incentivo ao desenvolvimento das regiões de entorno dos complexos.

  A superintendente do CRA, Beth Wagner também falou sobre o impasse entre os órgãos ambientais, mas citou a burocratização da legislação como maior problema. 

   Já o prefeito de Mata de São João, João Gualberto Vasconcelos, disse que além de pensar na preservação ambiental, é preciso pensar no ser humano. Para ele, há excessos de alguns órgãos ambientais para concessão de licenças. Ele citou, por exemplo, que a localidade de Sapiranga, na Praia do Forte, até hoje não conta com energia elétrica por causa das exigências da instalação de cabos subterrâneos.

   FÓRUM
 
  "Daqui a quinze dias realizaremos um Fórum sobre desenvolvimento do Litoral Norte", afirmou o  presidente da Comissão de Infra-estrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Júnior Magalhães. A idéia, segundo ele, é que empresários e prefeituras possam aprofundar a discussão para esclarecer outras questões  que tem atravancado o progresso e implementação dos empreendimentos no local.

  "Nos queremos o desenvolvimento   sustentável, empreendimentos para a Bahia, mas também precisamos que os empresários respeitem as regras ambientas", disse. A audiência contou com a participação de 46 deputados. Também estiveram presentes o superintendente do Ibama, Célio Costa Pinto; o presidente da Abav-Ba, Pedro Costa, e o presidente do Sindicato dos Hotéis, Gilberto Marquezine.