Na primeira quinzena de setembro, os integrantes da cooperativa, dona do terreno de 55.420 metros quadrados, situado na Avenida Orlando Gomes, e em questão na Justiça, farão duas manifestações: um abraço em torno do prédio da Câmara Municipal e outro em volta da área pela qual lutam há 30 anos.

  A decisão foi tomada na assembléia realizada sexta-feira, 24, no auditório do anexo da Câmara, no edifício Bahia Center. No início de setembro, os representantes da cooperativa terão audiências com secretários municipais e também no Tribunal de Justiça (TJ).

  Os vereadores Sandoval Guimarães (PMDB), líder do prefeito na Câmara; Antonio Lima (DEM) e José Carlos Fernandes (PSDB) prestigiaram a assembléia realizada pelos servidores do Poder Legislativo, integrantes da Cooperativa Habitacional dos Funcionários Públicos da Câmara Municipal de Salvador (Cohafcamus).

  O relatório entregue por Gilmar Del Rei na assembléia de quarta-feira à imprensa, aos vereadores e aos servidores explica a origem do terreno, desde quando era área de fazendas até a atualidade, entre os condomínios Alphaville e Greenville. O terreno foi doado em 1977 aos servidores, pelo prefeito Fernando Wilson Magalhães.

  Passados cinco anos da doação, como não houve a construção de habitações, o prefeito Renan Baleeiro prorrogou o prazo para mais dez anos. Mas por meio de uma intrincada e nebulosa operação, a Vibemsa anunciou, no início dos anos 1990 que o terreno era da empresa.

  O terreno hoje é supervalorizado. Está entre o Alphaville e o Greenville, e vale mais de 14 milhões de reais, de acordo com cálculos baseados no IPTU de dois anos atrás. A cooperativa já comprovou que é realmente a dona do terreno e que a empresa de ônibus tem IPTU de um terreno no Caminho das Árvores, distante, portanto, da área em questão.

 A expectativa dos servidores é que a área deixe de ser questionada para que os integrantes da cooperativa possam efetuar a construção de suas residências, como o previsto há 30 anos.

 

Vereadores se posicionam

 

O vereador Sandoval Guimarães afirmou que vem se empenhando para resolver o problema: "Tenho participado de reuniões com o chefe da Casa Civil, com os procuradores do Município e com os supostos donos do terreno. Minha intenção é a de resolver essa questão".

José Carlos Fernandes disse que estava na reunião para hipotecar solidariedade aos servidores pela luta em defesa. "Sou funcionário público e sei das dificuldades dessa categoria. Por isso, estou à disposição para ajudar os servidores", ressaltou.

Antonio Lima também se colocou à disposição dos integrantes da cooperativa e pregou a união de todos. O vereador elogiou o trabalho realizado por Gilmar Del Rei. "É admirável o seu empenho e a sua coragem", afirmou Antonio Lima.