Economia

CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA BATE NOVO RECORDE E SÓ FAZ CRESCER

Mais impostos, mais impostos, mais impostos
| 21/08/2007 às 19:14
  A carga tributária brasileira subiu em 2006 e bateu novo recorde histórico, segundo informações divulgadas pela Receita Federal nesta terca-feira (21). No ano passado, o volume de impostos pagos pela população ao governo federal, aos estados e aos municípios, somou a marca inédita de 34,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a cerca de R$ 795 bilhões. Em 2005, a carga havia somado 33,3% do PIB, ou aproximadamente R$ 717 bilhões. 

   O crescimento da carga tributária, em 2006, aconteceu em todas as esferas de governo (União, estados e municípios). No caso do governo federal, a carga ficou em 23,75% do PIB em 2006 (R$ 551 bilhões), contra 23,25% do PIB em 2005, ou R$ 499 bilhões. Ao mesmo tempo, os impostos cobrados pelos estados totalizaram 9,02% do PIB em 2006, cerca de R$ 209 bilhões, contra 8,74% do PIB no ano anterior, ou R$ 187 bilhões. No caso dos municípios, o volume de tributos pagos somou 1,46% do PIB em 2006, cerca de R$ 33,9 bilhões, contra 1,39% em 2005 (R$ 29,8 bilhões). 


 A Receita Federal lembra que houve, neste ano, revisão dos números do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao agregar mais dados sobre o setor de serviços, o PIB acabou subindo mais do que o esperado anteriormente. Deste modo, houve uma redução na carga por conta desse efeito estatístico. Sem contar a revisão do PIB, a carga tributária brasileira teria ficado em 38,2% do PIB em 2007, segundo dados da Receita Federal, contra 37% do PIB em 2005.


  ARRECADAÇÃO SÓ CRESCE


  Dados divulgados mais cedo nesta terça sobre a arrecadação de impostos e contribuições federais, o que inclui a contribuição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mostram que a arrecadação apresentou crescimento real, isto é, descontada a inflação, de 10,3% de janeiro a julho de 2007 - mesmo com as reduções de impostos feitas pelo governo nos últimos anos.


  No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, a arrecadação bateu novo recorde para o período, ao totalizar R$ 332,8 bilhões. Em termos nominais, porém, a arrecadação avançou R$ 40,6 bilhões neste ano - mais do que o governo estima arrecadar com a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) em 2007 (R$ 36 bilhões). Descontada a inflação, o crescimento foi de R$ 31,4 bilhões. 
 

Segundo avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o aumento da arrecadação em 2007 está relacionada ao crescimento da economia brasileira. "Advém de maiores contribuições do INSS, do lucro das empresas", disse ele ao G1