Os bilhões de dólares anunciados por alguns dos principais bancos centrais do planeta refrearam parte do nervosismo dos mercados de capitais com a crise dos créditos imobiliários americanos.
O Ibovespa, principal indicador da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), sofre perdas de 1,60%, aos 52.577 pontos, nesta sexta-feira. No pior momento da crise, a Bolsa brasileiro chegou a amargar queda de 3,27%. O dólar comercial é negociado a R$ 1,940 para venda, em alta de 0,83%.
O risco-país, medido pelo indicador Embi+ (JP Morgan), marca 192 pontos, número 2,67% superior à pontuação final de ontem.
PRÓXIMOS DIAS
Analistas têm afirmado que a volatilidade dos mercado ainda deve permanecer nos próximos dias. "Sem respaldo dos fundamentos econômicos e com bancos centrais atuantes, a racionalidade aponta para uma redução das tensões, ainda que sujeita à volatilidade de curto prazo. No médio prazo, os fundamentos devem voltar a imperar", avalia a economista-chefe do banco Fibra, Maristella Ansanelli.
As autoridades monetárias da Ásia, Europa e Estados Unidos foram a mercado para oferecer uma centena de bilhões ao sistema bancário para fazer frente a uma possível crise de liquidez (oferta de crédito). O BC americano, o Federal Reserve, divulgou nota e afirmou que agiria para garantir "funcionamento ordenado" do sistema financeiro --ja foram 3 liberaçõesde fundos só nesta sexta.
Apesar de desacelerar a queda, as Bolsas americanas ainda operam em forte baixa. Às 15h30, a Bolsa de Valores de Nova York estava em queda de 1,06%, operando com 13,130.45 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA).
Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) injetou no mercado 61,05 bilhões de euros (US$ 83,3 bilhões), com vencimento de três dias, em um leilão adicional de financiamento rápido para injetar liquidez no sistema financeiro --ontem já havia liberado 94,8 bilhões de euros, a maior já feita pelo órgão. Também fizeram liberações os bancos do Japão, Austrália e Canadá.
BOLSAS EUROPÉIAS
Mesmo assim, as bolsas européias fecharam em baixa. A Bolsa de Londres caiu 3,71% (maior recuo entre as européias hoje) e fechou com 6.038,30 pontos; a Bolsa de Paris registrou baixa de 3,13%, fechando com 5.448,63 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve queda de 1,48% e fechou com 7.343,26 pontos; e a Bolsa de Milão encerrou o dia com perda de 2,48% e 30.418 pontos.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou os últimos dias concedendo entrevistas para tranquilizar investidores e reforçar a tese de que o país tem fundamentos econômicos mais sólidos para enfrentar uma nova crise do sistema financeiro mundial.
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