Economia

BANCO DO BRASIL PODERÁ FAZER GREVE DE ADVERTÊNCIA NA SEXTA-FEIRA, 25

Bancários dizem que BB deu grande lucro e governo comete injustiça
| 21/05/2007 às 16:28
   O governo federal está reduzindo, significativamente, o quadro funcional do Banco do Brasil oferecendo a opção de aposentadoria aos 50 anos aos funcionários, além da demissão voluntária.

   Cogita-se o fechamento de 4 mil caixas no país, em atendimento às diretrizes do pacote de reestruturação dos bancos públicos, lançado no dia 7 de maio propondo terceirização e demissões.

   O pacote está sendo questionado pelos bancários, que o denunciam como uma forma de privatização da instituição.
 
   Os funcionários do Banco do Brasil podem fazer greve de advertência já nesta próxima quarta-feira, 23, e aprovar em Assembléia Geral a paralisação por tempo indeterminado.

   O BB apresentou lucratividade no último trimestre de 1 bilhão400milhões de reais.
 
   Portanto, a sua situação é superavitária e não constitui motivo para qualquer reestruturação que venha a diminuir a importância social do banco público.

    Com o título "estrutura organizacional", um comunicado interno de 16 de maio de 2007 foi divulgado pela direção do Banco do Brasil, afirmando que as medidas de 7 de maio não tinham por objetivo a privatização do banco.

   O texto, porém, defende a opção pela terceirização adotada pelo BB como estratégia de mercado, ignorando assim o papel de um banco público.

    Afirmações feitas em entrevistas pelo diretor de Finanças do Banco do Brasil, Aldo Mendes, colocam em alerta maior ainda a categoria do funcionalismo : "as declarações do diretor mostram o quanto o BB está desalinhado com a orientação pró-desenvolvimento, com distribuição de renda".

    Na reportagem do Valor Econômico, o vice-presidente de finanças do Banco do Brasil, Aldo Mendes, sustenta que os bancos públicos precisam ser mais eficientes porque, se "atuassem apenas nessas áreas (ambiental e social), haveria a corrosão de seu capital e ficaria limitado para continuar a operar". Para ele, a atuação em segmentos do crédito em que não há concorrência comercial, como o da agricultura familiar, subsidiado pelo Poder Público, dá conta do papel de banco público.