Uma tarde maravilhosa no Achego do Pelourinho, no centro histórico de Salvador
Confesso que estou nostálgico, retrô e depois que estive no Lider, o restaurante do Largo 2 de Julho, retornei ontem ao Achego do Pelourinho, após uma visita ao Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (MUNCAB) na Rua das Vassouras e um giro pela Sé e Pelô.
Conheci o Achego levado pelo produtor cultural Badá, em 2019, quando saboreamos uma moqueca de peixe e depois retornei, em 2020, com a madame Bião de Jesus, para saborear um arroz de hauçá.
O arroz de hauçá é uma comida originária da África e servida a orixás nos terreiros de candomblé da Bahia. Daí migrou para as residencias do povo de santo e para os restaurantes de Salvador, mas, são poucos aqueles que sabem fazer esse prato delicioso.
No Achego de Sêo Miguel e dona Lia saboreia-se um arroz de hauçá de tirar o chapéu. Trata-se do 'carro chefe' dessa casa e como o próprio nome diz Achego, aconchego, tenda pequena e intimista, com serviço de primeira qualidade e garçons educadíssimos.
Desta feita, acompanhado da madame Bião de Jesus - vamos comemorar 30 anos de casório em dezembro - e de mi nieta Lua Gonçalves, a qual pensa em adotar o nome artístico de Lua Grece, sobrenome da mãe, e fomos atendidos pela garconete Cilene, bem atenciosa, que nos acomodou na área interna.
Na inicial solicitamos bolinhos de bacalhau e a geladíssima Heineken para molhar o palato e Cilene nos ofereceu um petisco (da casa) de amendoins torrados. Percebi, pela disposição em ir ao torrado da minha nieta, que estava com fome de gols do Leão da Barra, ela que é torcedora do Vitória.
O Achego é especialista em frutos do mar, em moqueças de camarão e peixe, arroz de haucá, mariscadas, etc, mas como mi nieta é sertaneja da terra de João Durval dividi com ela um filet com fritas, arroz, feijão e farofa; enquanto a madame Bião optou pela casquinha de siri com farofa.
Esse restaurante com ambiente interno intimista - apenas 6 mesas - aconchegante, tem também mesas na parte da rua do Açouguinho que, na atualidade, desde o Museu Eugênio Teixeira Leal até a ligação com o Maciel de Baixo está repleto de mesas de vários restaurantes, alguns com música. Ou seja, essa rua é uma festa, mas, nada de carnaval ou balburdia, som mpb e bossa nova.
Quando nosso filet chegou a jovem com quem dividia a pedida empratou o seu disco com as fritas, arroz, feijão, farofa e pedacito do filet e foi a luta em busca do gol.
- Que apetite de leoa, confessou a señora Bião - busque sua parte senão já era.
Já estavamos no meio do caminho saboreando o filet e nada do siri da madame chegar. É que Cilene, esquecera de dizer que o siri ainda estava sendo pescado em Periperi, mas estava a caminho, vindo de buzu via Ribeira.
Finda a nossa missão, mi nieta suspirando e dizendo que estava satisfeita, dei um giro pela área interna do Achego, estive em prosa com dona Lia, desde 2021 viúva, uma vez que Sêo Manuel faleceu na onda da Covid (era diabético), em 2021, e com Fabíola, filha do casal e que trabalha como atendente no restaurante.
- É a vida, disse ela, seguimos aqui com a nossa missão.
De retorno a mesa, a madame ainda cobrava de Cilene, a casquinha de siri, já irritada, e eis que, finalmente, foi servida e ela se deliciou.
E assim, encerramos a jornada sendo brindados com docinhos 'nego bom" e pegamos a Açouginho de ladeira arriba, a Alfredo de Brito, o Terreiro de Jesus, a Sé até o estacionamento do Thêmis onde havia deixado meu logan na cova dos pilares.
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Achego Bar e Restaurante
Rua do Açouguinho, 16
Pelourinho, Salvador, Bahia
Abre todos os dias para almoço e jantar
Filet com fritas R$115,00 (p/ 2 pessoas)
Casquinha de Siri, R$32,00
Bolinhos de bacalhau R$26,50
Heineken R$18,00
Coca Cola lata R$6,00
Água Mineral R$3,00
Cobra 10% - opcional
Não é climatizado
Rua peatonal
Use Uber ou estacionamentos do centro
Classificação 3 DONS
