Da sempre vontade de retorna a Lisboa então digo apenas até breve
Tudo o que é bom dura pouco ou dura o tempo que tem que durar e a gente acha que o tempo deveria ser esticado, prolongado, alongado, quando o senhor dono dos minutos, horas, dias e noites é quem estabelece essa frequência e você que curta enquanto estiver a apreciar o fado, o casario antigo da Lisboa de Amália e Pessoa, a boa mesa e um uvas tinta barroca do Douro.
O mais vai ficando nas lembranças como agora estou a relatar a nossa despedida de Lisboa, no Taverna D'el Rey, do Chafariz de Dentro, Alfama, casa de fado e de bom tempero da cozinha portuguesa, diria melhor no fado do que na boa mesa, mas, entendo que houve um equilíbro uma coisa compensando a outra, minha Bião de Jesus belíssima e minha neta Luna Rosa igualmente bela, a arrancarem suspiros, e yo, como sempre, Mr Simpátia, el formoso Marco Antonio.
La Taverna D'el Rey é no estilo taverna do tempo dos romanos, desce-se uma escadinha para se chegar ao salão principal, bem decorado com motivo de uma caravela seicentista que singrava o mar do Atlântico para chegar a Áfria, a Índia e a Bahia, uma fadista elegante e guapa de nome abaianado Catarina Candeias, sabendo vós que Catarina foi a mãe do Brasil, a tupinambá que se casou com Diogo Álvares, o Caramuru, em terras da França; e Candeias uma santa que é nome de cidade na região metropolitana de Salvador e remete a Yemanjá, e ela parecia sair das águas com seu cabelo liso negro a sugerir molhado e cheiroso, a cantar lindamente.
Não havia tempo a conversar em distrações. O fado seguia em curso com Paulo Silva a dedilhar a guitarra portuguesa e Júlio Garcia na guitarra base baixo que, chamamos nós, de violão, a Catarina a fazer dueto com Álvaro Alexandre um fadista de longo curso tais cabelos brancos a revelar sua longeva idade.
Nos atendeu a senhora - suponho eu - dona da Casa, Maria Jôjô, que, pra nossa surpresa esteve depois a cantar em trio com Alexandre e Catarina uma música que, nós, os brasis, amamos, "A Casa Portuguesa", da Amália Rodrigues, e que minha neta sabe de cor e salteado a letra e ainda imita o sotaque português de Lisboa ao recitar a frase em que se fala no São José de azulejos, ela a puxar o agudo no azuléjos.
E também o simpático garçom Bruno, jovem e educado, que nos trouxe queijo de ovelha e um Tellu's do Douro, 2019, que iniciamos os trabalhos enquanto os fadistas nos encantavam com suas músicas, a chorar e a sorrir.
Voltemos ao tempo porque a noite fria do inverno lisboeta ia invadindo as horas e, então, solicitamos de principal um bacalhau fadista gratinado no forno com queijo e natas, para la Bião, pastéis de bacalhau, salada e arroz com feijão que sé ela sabia fazer, sendo, assim, delicioso; e para minha neta o bife de vaca à casa com ovos.
Diria, pelo semblante da señora Bião, considerada excelente no trato e manuseio dos talhres quando a comida é deliciosa, que os pastéis de bacalhau foram aprovados, mas, o tal arroz provado, insistentemente re-apreciado em mínimas porções e reprovado.
Diria, como já mencionado acima, que o fado foi melhor executado do que os pratos servidos, embora de agradáveis sabores medianos.
O local, no entanto, é agradável, belo, itimista, acolhedor e sente-se como se de fato estivessemos numa tabeerna ao lado de magistrados do Império.
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Taverna D'el Rey
Chafariz de Dentro, 14
Alfama, Lisboa
Fone 21 887 67 54
Queijo 5 euros
Tellu's 35 euros
Bacalhau gratinado 17.5 euros
Bife de vaca 25 euros
IVA 13% a 23%
Não aceita cartões
Classificação 3 DONS