Tilápia à moda sertaneja com feijão de corda, pimenta, baião de 2 e Original. É do sertão virar mar meu caro, minha nobre leitora.
Eu moro em Juazeiro e adoro Petrolina. Petrolina, Juazeiro...assim canta o poeta Geraldo Azevedo para lembrar das coisas do sertões. Sertão de Uauá, de Bendengó, do bodinho assado no Jorrinho do Tucano, da costela de porco da Serrinha, do requeijão da Santa Bárbara, da carne de sol da Feira, dos tatus de Jeremoabo, e tantas comidas deliciosas e que só fazem bem à saúde quanto tratadas com moderação.
Um dos templos dessas iguarias em Salvador é o Restaurante Grande Sertão localizado no bairro do Stiep com decoração que lembra os sertões, peças em couro e fotos do cangaço, uma bela casa, hoje, servindo à la carte, onde se encontra de tudo um pouco dessas comidinhas e será realizado o Encontro dos Amigos de Serrinha no próximo dia 23.
Assunte, então, que não vão faltar neste dia os cantadores da Serra, os violeiros, os seresteiros, os zabumbeiros, o lobisomem, o boitatá da Bomba, a caipora do Mato Fino, a alma penada da Santa e a gente boa daquela localidade situada na boca do sertão em direção ao Raso, a comissão organizadora, os convidados, as "otoridades" e aquelas pessoas que se demoram de ver há anos.
- Hic! como você está velhinho (a)...vão dizer alguns. Mas, não se aborrece porque a idade chega para todos. Outro dia, um amigo meu que conheci adulto, o lobisomem da Serra, já está a complegar 281 anos em abril próximo e tem poucos pelos brancos.
Na semana passada fui ao Grande Sertão astuciar a casa e como ando numa fase de comidinhas leves por sugestão da gentil garçonete optei por apreciar um filé de tilápia, peixe de excelente qualidade em sabor. E, para não dizer que abandonei as coisas do sertão, saboreei a tilápia com feijão de corda e um baião de dois. Ou seja, uni o mar ao sertão como reza o cancioneiro dando conta de que um dia o sertão iria virar mar e o mar virar sertão.
Coisa, aliás, que nunca vai acontecer. Mas, como outro dia um amigo da Serra sonhou esquinha na colina de dr Samuel, onde esta a santa, tudo é possível.
Nessa pisada, dois camaradas da Serra, Jorge Matos, contador de causos, e Valdemir Oliveira, saudoso de lembranças da Bela Vista e do Quilombo da Flor Roxa, foram temperando a tilapia e uma picanha que experimentavam, com Original, aquela cervejota que, de fato, faz o sertão virar mar.
E, para nossa alegria, tempo bom, sol de primavera brilhante, da varanda do Grande Sertão dá pra se ver o mar do Jardim da Alá, o que não deixa de ser uma alegria.
O Grande Sertão já teve um bufett farto de comidas sertanejas à mancheia, mas, a dona Rose nos disse que modelou o local para evitar desperdício de comida e, agora, nos dias normais, só a la carte. Nos dias de eventos, como vai ser no Encontro dos Amigos de Serrinha, aí, sim, o couro vai comer. Ou seja, terá de tudo um pouco das comidinhas do sertão.
Estarei lá autografando o meu novo livo Dom Franquito, 104 restaurantes ao redor do mundo.
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Restaurante Grande Sertão
Rua Adelaide Fernandes da Costa, 122
Stiep, Salvador
Fone 71.32711777
Não tem manobrista
Média de preço dos pratos R$30,00
Aceita todos os cartões
Não tem ar condiciona
Ambiente arejado
400 lugares sentados