O Mini-Cacique fica na Rua Ruy Barbosa, centro de Salvador
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Paelha galega |
Então, paramos o carro no estacionamento da Rua das Vassouras, centro histórico de Salvador.
Foi um dos primeiros sitios demarcados por Tomé de Souza, em 1549, na fundação da cidade.
E ficamos a andar, eu e a senhora Bião de Jesus, pisando na história sem maltratá-la.
De repente, benzia-se ela em frente a antiga igrejinha de Palha de Nossa Senhora da Ajuda, onde ocorreu, também em 1549, no dia 13 de junho, a primeira procissão de Corpus Christi do Brasil, à frente, o padre jesuita Manoel da Nóbrega.
Passamos pelo prédio do antigo Tesouro em reforma, diz-se que será um museu dirigido pelo poeta Capinam, e atingimos a rua dos antiquários.
Ainda bem que a senhora Bião não quis adquirir um baú seicentista ou um santo barroco, porque o dinheiro que havia no meu bolso, mal dava para uma comidinha casual.
E foi assim, combinados, que atravessamos a soleira do Mini Cacique para os cumprimentos do galego casal Luis e Calina.
Uma festa, como sempre. Vereadores, advogados, o desembargador Eduardo Jorge Magalhães a saborear uma moqueca de camarão, Rubinho dos Carnavais e Ivanildo Fontes, e mais amigos à mancheia.
Primeiro as tapas: camarões, queijos, agulhinhas fritas e tortilha de Espanha. Azeite, pães e um pouco de tinto.
Ah! Sim, Bohêmia geladíssima para temperar as entradas e a conversa, as novidades do dia, as brincadeiras e causos de Luís.
- Para almozar, ensaiou Luis com seu sotaque galego, o que pediríamos.
- Paelha a moda Casalis, respondi.
- Casalis está em Baleares, trabalhando nas vacaciones, adicionou Luis. Pero, está admirável, uma buena pedida.
- Mais um tinto do tamanho do meu capilé, confidenciei para que completasse a rodada.
E ficamos a observar os quadros pintados por Calina que emolduram o corredor do restaurante, um Luis Jasmin antiquíssimo, outras peças mais, quando foi posta a mesa a Paelha Galega a Casalis.
Fenomenal meu caro (a) leitor (a).
Dessas de fazer foto e guardar no baú da culinária. Diferente da valenciana porque não leva troços de carne. Só mexilhões, lagostim, camarões e o tempero de Coruña.
A cada gole do tinto, uma garfada de prazer e pausa para a prosa diletante com a senhora Bião.
Em pagamento, nada que ofendesse o bolso.
Depois, com agradecimentos gerais voltamos a Rua das Vassouras para recordar de Tomé de Souza, Luis Dias, Manoel da Nóbrega e tantos outros que pisaram o solo da Bahia, mas, infelizmente, não tiveram o prazer de ir ao Luis e comer a Paelha com receita de Casalis.
Azar deles, sorte nossa.