O presidente Bolsonaro ficou meia hora na PF e na audiência ficou em silêncio
Tasso Franco , Salvador |
22/02/2024 às 18:39
Ex-presidente Bolsonaro compareceu a PF Brasilia
Foto: Evaristo Sá
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília nesta quinta-feira (22), mas ficou em silêncio diante dos investigadores que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado. A informação de que o ex-presidente ficou em silêncio foi divulgada pelo advogado Fabio Wajngarten. Bolsonaro ficou menos de meia hora na sede da PF.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que o ex-mandatário permaneceu em silêncio durante o depoimento na Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (22), em Brasília. À imprensa, o advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que não obteve acesso as autos do inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi alvo da operação Tempus Veritatis, desencadeada pela Polícia Federal no âmbito das investigações da suposta tentativa de golpe de Estado alegada pelo STF.
"O presidente já saiu, fez uso do silêncio conforme a defesa antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro, não é simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos pelos quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos", disse Bueno.
Ele também disse que a falta de acesso à delação de Mauro Cid também motivou o silêncio do ex-presidente.
"A falta de acesso a esses documentos, especialmente as declarações do tenente-coronel Mauro Cid e as mídias eletrônicas obtidas dos telefones celulares de terceiros e computadores, impedem que a defesa tenha um mínimo conhecimento de por quais elementos o presidente é hoje convocado a esse depoimento", acrescentou.
Segundo a Polícia Federal, informações reveladas pelo acordo de delação de Cid foram confirmadas com outras provas no sentido de que houve reuniões com o ex-presidente para tratar de um suposto golpe.
Além de Bolsonaro, foram ouvidos os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Mário Fernandes (Secretaria-Geral da Presidência), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Casa Civil), além de militares e políticos, como o coronel Marcelo Costa Câmara, o almirante Almir Garnier, o coronel Cleverson Ney Magalhães, o ex-assessor Tércio Arnaud e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entre outros.