Gilmar Mendes é ministro do STF
Terra , Brasil |
14/06/2020 às 20:23
Gilmar Mendesd
Foto:
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou neste domingo que invadir e estimular invasões de hospitais é crime e cobrou uma ação do Ministério Público contra essas atitudes, depois que o presidente Jair Bolsonaro pediu que apoiadores entrem em hospitais e façam vídeos.
"Invadir hospitais é crime - estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso - para não dizer ridículo - que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública", disse o ministro do STF em publicação no Twitter.
Em seguida, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, defendeu o recado do pai na mesma rede social. "Só um bandido ou um doente mental para minimamente crer que o Presidente incentivou invasão a hospitais ao invés de entender que o citado foi para que cidadãos cumpram seu direito de fiscalizar os gastos públicos", afirmou o vereador.
Na quinta-feira, durante a transmissão de sua live semanal pelo Facebook, Bolsonaro pediu que apoiadores entrem em hospitais e façam vídeos dos leitos destinados a pacientes contaminados com Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, para mostrar se há ou não há lotação dessas unidades.
"Tem hospital de campanha perto de você, tem hospital público, arranja uma maneira de entrar lá e filmar", disse o presidente. "Muita gente está fazendo isso, mas mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda. Tudo que chega para mim nas redes sociais a gente faz um filtro e eu encaminho para a Polícia Federal ou para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e lá eles veem o que fazer com esses dados", acrescentou.
Bolsonaro questiona os números de casos e de mortes da Covid-19 no Brasil e acusa governadores de inflaram os dados em seus Estados para obter ganhos políticos. No início do mês, o Ministério da Saúde chegou a tirar do ar a plataforma com dados da doença no Brasil e ocultou os números consolidados de infecções e óbitos, mas voltou atrás após determinação do STF.