Direito

Policiais são capacitados para atender mulheres vítimas de violência

A ação integra as comemorações dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres
Comunicação Governo da Bahia , Salvador | 28/11/2018 às 20:21
21 dias de ativismo
Foto: Paula Fróes

A seriedade do tema da violência contra a mulher foi inserido de forma criativa na apresentação do grupo de teatro e música Rosas da Democracia, que abriu a Aula Inaugural da Capacitação em Gênero de Profissionais da Polícia Civil, no auditório da SSP, situado no Centro Administrativo, nesta quarta-feira (28). A ação integra as comemorações dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e é promovida pelas Secretarias de Políticas para as Mulheres e de Segurança Pública da Bahia. A palestra foi ministrada pela defensora pública Firmiane Venâncio, com o assunto ‘A importância da Polícia Civil na Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência’.

Segundo a secretária de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, a capacitação dos policiais é a primeira de uma série de cursos em diversas áreas, como também saúde e educação, e que faz parte da campanha ‘Respeita as Mina’. “Esta aula inaugural de hoje tem como tema esta cultura machista que é a raiz dos problemas da violência. Vamos fazer cursos em quatro módulos, os policiais civis de todo o estado, que atendem nas delegacias, farão esta qualificação para atenderem as mulheres vítimas de violência. O que nós queremos é que os profissionais, que já são capacitados na segurança pública, sejam qualificados para estas situações específicas”.

Palmeira informa que, nesta quarta-feira pela manhã, participou de outra atividade do Ministério da Saúde, para discutir como qualificar a atenção básica para o atendimento à saúde mulher e a questão da violência foi um tema relevante.

Segundo a palestrante e defensora pública Firmiane Venâncio, sua aula trata sobre o pacto das questões de gênero e a atuação dos policiais civis no seu cotidiano. “Falamos da Lei Maria da Penha, do atendimento especializado e do ordenamento jurídico internacional, para que nós possamos enfrentar de maneira adequada a violência que é cometida contra a mulher. A formação é o primeiro passo para que possamos prestar um serviço qualificado para as mulheres vítimas de violência e esse primeiro passo está sendo dado aqui agora”.

Delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Brotas, Heleneci Nascimento avalia que a capacitação é importante porque a violência tem crescido. “As mulheres têm se empoderado, denunciado, e a gente precisa dar a resposta. Então é necessário que os profissionais da Segurança Pública estejam capacitados para ajudar estas mulheres”. Segundo ela, a Deam de Brotas atende 161 bairros da capital, um público muito grande. “As mulheres têm aprendido que denunciar é o melhor caminho para que não seja vítimas de atos mais graves ou até de feminicídio. Isso motivou a SSP a trazer os policiais para essa capacitação. Essa é uma aula inaugural, mas é todo um processo que vai durar o ano que vem, os policiais vão estar em sala de aula, trocando e buscando conhecimento, o que é muito importante”.

 

 

 

Denúncias

 

A delegada titular da Deam informa que todo mundo pode denunciar parentes ou vizinhos, de maneira anônima, ligando para o número 180. Ela destaca que o mais importante é que a mulher que for vítima faça a denúncia na própria delegacia. “Pois ela será atendida com toda a estrutura de assistência social, psicológica, vai ser ouvida pela delegada, vai receber guias para exames, vai ser encaminhada para o Hospital da Mulher e outros equipamentos, como a Casa Abrigo, para não ficar na companhia do agressor, enquanto ele não for segregado. Todos esses encaminhamentos ela vai tomar conhecimento em toda a rede de assistência, formada pela Deam, pelo Ministério Público, pela Defensoria, pela SPM, pelo Tribunal de Justiça, porque nós trabalhamos em uma rede integrada”.