Entre os presos na Bahia estão Mario Suarez e o ex-secretário do governo Wagner, Manuel Ribeiro
Da Redação , Salvador |
23/11/2018 às 12:01
PF em Village em Lauro de Freitas
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A Operação Lava Jato afirma que as empreiteiras OAS e a Odebrecht distribuíram propina de pelo menos R$ 68.295.866,00 ao PT e a ex-dirigentes da Petrobras e da Petros no esquema de corrupção ligado à construção da Torre Pituba, a sede da estatal na Bahia. O Ministério Público Federal aponta que os "valores históricos" representam quase 10% do valor da obra.
A construção da Torre Pituba é alvo da Operação Sem Fundos, 56ª fase da Lava Jato deflagrada nesta sexta-feira, 23. A sede foi concebida, segundo a Procuradoria da República, no Paraná, por dirigentes da Petrobras e da Petros, para abrigar a sede da estatal em Salvador. O fundo de pensão teria se comprometido a realizar a obra e a Petrobras, a alugar o edifício por 30 anos (construção na modalidade "built to suit").
O ex-presidente da Petros Wagner Pinheiro e empresas ligadas a ele foram alvo de buscas. Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e o marqueteiro ligado ao PT Valdemir Garreta são alvo de mandados de prisão temporária.
Segundo delatores da operação, a propina era embutida no valor da construção. Para os procuradores, as vantagens indevidas causaram "prejuízo expressivo à Petrobras, já que o montante de aluguel pelo qual se comprometeu e vem pagando é calculado sobre o valor total do empreendimento".
A Polícia Federal cumpre 22 mandados de prisão - oito de preventiva e 14 de temporária - e 68 ordens de busca e apreensão em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia. O objetivo é aprofundar as investigações sobre corrupção, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e organização criminosa em esquema ligado à construção da Torre Pituba.
O esquema de contratações fraudulentas e pagamentos de vantagens indevidas, segundo o Ministério Público Federal, ocorreu entre 2009 e 2016.
Os alvos das medidas são os executivos das empresas que se envolveram na construção do empreendimento, além de intermediadores, agentes públicos da Petrobras e então dirigentes do fundo de pensão Petros, que teriam se beneficiado das vantagens indevidas.
PRESOS NA BAHIA
O G1 apurou que Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, é uma das pessoas presas em São Paulo. A prisão dela é temporária.
Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro PT João Vaccari Neto, é conduzida por policiais federais em SP — Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro PT João Vaccari Neto, é conduzida por policiais federais em SP — Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo
Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro PT João Vaccari Neto, é conduzida por policiais federais em SP — Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo
Mario Cesar Suarez, da OAS, foi preso preventivamente na capital baiana. Já Wagner Pinheiro Oliveira, ex-presidente da Petros e Correios, foi alvo de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
A PF ainda não divulgou o nome dos outros alvos. Os presos preventivos devem ser levados para a sede da Polícia Federal em Curitiba.
Prisões na BA e outros estados
Entre os seis presos na Bahia, o empresário Mário César Suarez, da OAS; o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano no governo de Jaques Wagner (PT) e ex-diretor da OAS na Bahia, Manuel Ribeiro; e o ex-presidente da OAS, Elmar Varjão. Os outros 11 detidos no estado não foram divulgados até o momento.
Em São Paulo, Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, foi presa temporariamente. Wagner Pinheiro Oliveira, ex-presidente da Petros e dos Correios, foi alvo de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
Os detidos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), que gerencia a operação intitulada de "Sem fundos". Ao todo, são cumpridos 68 mandados de busca e apreensão, 14 de prisão temporária e oito de prisão preventiva.