Enquanto cumprem pena ou aguardam decisão judicial, as internas do Conjunto Penal Feminino do Complexo Penitenciário Lemos Brito, no bairro da Mata Escura, em Salvador, participam de atividades que melhoram a qualidade de vida e promovem a ressocialização. As ações são disponibilizadas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) em parceria com universidades e outras entidades.
“Não é apenas educação e saúde, é o parar para ouvir. Nosso atendimento se estende às famílias, buscando trazer os filhos para próximo delas, sem contar as atividades que a gente tem, como yoga, meditação, teatro, coral, atividades lúdicas, zumba e fitdance. Nós estamos buscando muitos parceiros, e as faculdades estão vindo. A academia vem ao sistema prisional”, conta a diretora do Conjunto Penal Feminino, Luz Marina Ferreira.
Oferecidas pelo Projeto Arte de Viver, todas às quartas feiras, as aulas de yoga ajudam as detentas a trabalhar o corpo e a mente. A interna A.S., 23 anos, frequenta as aulas há três meses e já conseguiu eliminar 39 dos 170 kg que possuía quando chegou à penitenciária, em março deste ano. “A yoga nos traz a consciência, e isso foi o que me fez acreditar em mim e confiar também nas minhas expectativas. Eu comecei a cessar minha ansiedade, porque eu comia compulsivamente na rua e aqui eu aprendi a controlar as minhas vontades”, relata a jovem.
Professor de yoga do projeto, Gabriel Oliveira explica que “muitas pessoas que passam pelos presídios no Brasil tendem a ser analfabetas e não estão conscientes de nada, nem do próprio corpo e dos pensamentos. Trazer essa consciência é algo que facilita muito a ressocialização de um interno, porque ele começa a tomar a responsabilidade para si e saber o que realmente está fazendo da própria vida”.