Direito

Catadores de SSA contam com unidade móvel p/ diagnosticar tuberculose

Catadores de Salvador contarão com unidade móvel para diagnosticar e ajudar no tratamento da tuberculose
Ds Redação , Salvador | 11/06/2018 às 18:55
Termo de cooperação técnica do MP com a CCRBA
Foto: MP
Mais de 84 mil baianos sofrem de tuberculose e entre os catadores de material reciclável, a incidência da doença chega a ser 70 vezes maior que entre o resto da população, segundo dados da Fundação José Silveira (FJS). Para diagnosticar, tratar e esclarecer os catadores do Município, bem como a população em situação de rua, sobre a tuberculose, foi firmado hoje, dia 11, um Termo de Cooperação Técnica entre o Ministério Público do Estado da Bahia, a FJS e a Central de Cooperativas de Trabalho de Reciclagem da Bahia (CCRBA). 

De acordo com promotora de Justiça Márica Teixeira, coordenadora do Centro de Apoio aos Direitos Humanos do MP (Caodh),"o projeto surgiu a partir dos seminários do Centro de Apoio com a população de rua e representa a realização de um sonho”. O Caodh é o responsável pelo gerenciamento do projeto.

A parceria será viabilizada por meio de atendimentos realizados por uma unidade móvel disponibilizada pela FJS, em parceria com o Rotary Clube da Bahia, que irá até as principais cooperativas de Salvador e região metropolitana realizar os atendimentos, que tiveram início hoje na Companhia e Coleta Seletiva de Pet e Latinha de Salvador (Camapet), onde foi assinado o termo de cooperação. Signatário do termo, o presidente da Fundação José Silveira, Geraldo Leite, destacou que a tuberculose é, atualmente, umas dez doenças infecciosas mais importantes do mundo. 

“10 milhões de pessoas contraem tuberculose todo ano e 1,5 milhão morrem em decorrência da doença”, salientou ele. Além de fornecer a unidade móvel, a FJS se comprometeu a executar ações socioeducativas e auxiliar em eventos voltados para a prevenção e o tratamento da tuberculose. Em todas as ações do projeto, a unidade móvel irá atender, além dos catadores, os moradores em situação de rua.

Presidente da Camapet e do Complexo de Cooperativas de Reciclagem da Bahia, Michele Almeida da Silva disse que os catadores são profissionais muito vulneráveis e marginalizados. “Muitos dos cooperados não conhecem seus direitos e, praticamente, não têm acesso à Saúde”. A catadora salientou a importância da unidade móvel para assegurar o atendimento aos cooperados. “Estaremos com a unidade móvel indo a cada cooperativa realizar os exames, de forma gratuita. 

Todos os cooperados e seus parentes poderão ser atendidos. É muito gratificante”, concluiu. As redes de cooperativas se comprometeram em auxiliar na organização dos eventos, disponibilizar local para a unidade móvel, além de mobilizar e orientar os cooperados e seus familiares acerca dos procedimentos necessários para o atendimento. Ao MP compete orientar os catadores quanto a seus direitos, bem como realizar ações de promoção da cidadania, qualidade de vida e bem-estar dos catadores de recicláveis.