Direito

LULA desobedece ordem de prisão de Moro e não se entrega a P. Federal

Estratégias estão sendo definidas neste momento
Da Redação , Salvador | 06/04/2018 às 12:05
Lula da Silva continua no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo
Foto: DIV
 Atualizada às 127h05min  

Lula decidiu permanecer em seu antigo reduto, o lendário Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, construção que se ergue à Rua João Basso, em São Bernardo do Campo. Ali comandou as greves históricas do final dos anos 1970 nas montadoras, depois criou o PT e chegou à Presidência. ‘Que venham me pegar!’, disse a aliados, em recado à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro.

Aos 72 anos e em busca do direito de concorrer ao seu terceiro mandato, o petista teve a prisão decretada nesta quinta-feira, 5, pelo juiz federal Sérgio Moro, que concedeu a ele a oportunidade de se apresentar "voluntariamente" até as 17h de hoje na Polícia Federal, na capital paranaense. 

Atualizada às 16h17min

  O STJ acabou de negar liminar a Lula. O ministro Felix Fischer, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), relator da Lava Jato no tribunal, negou nesta sexta-feira, 6, o pedido de medida liminar no habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou a assessoria do tribunal.

 No habeas corpus preventivo do petista os advogados pediam que fosse concedida liminar para suspender execução provisória da pena até que o julgamento de mérito deste habeas corpus seja realizado.
  
  Notícia das 12h05min
  O Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o habeas corpus apresentado na manhã desta sexta-feira (6) pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo informou à GloboNews Sepúlveda Pertence, um dos advogados do ex-presidente . Agora há pouco o STJ negou que tivesse tomado tal decisão.

   O pedido de decisão liminar (provisória) foi protocolado por volta das 7h. Os advogados de Lula contestam ofício enviado nesta quinta (5) pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ao juiz Sergio Moro, de Curitiba, permitindo a decretação da ordem de prisão.

   Segundo o Estadão, lideranças dos movimentos estão reunidos neste momento para definir a estratégia para a parte da tarde. A ideia é avaliar se Lula deve falar em caminhão de som, no auditório ou mesmo se ele não deve discursar para a militância. A decisão sobre ir para Curitiba ou não é pessoal, não está na agenda dessa discussão, dizem assessores.

  O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, afirmou ao Estadão/Broadcast que o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ordenada pelo juiz federal Sergio Moro, é um "evento importante" no processo de combate à corrupção no Brasil. "Isso mostra que não há limitação no enfrentamento à corrupção. Ultrapassa mais uma barreira, como não ocorreu na Operação Mãos Limpas na Itália."

  Segundo Franco, a solicitação de detenção do ex-presidente Lula pelo juiz Moro deve continuar o movimento de "profilaxia" contra malfeitos na gestão das contas públicas. "Deve gerar novos pontos de esclarecimento envolvendo outros políticos e partidos, o próprio presidente da República (Michel Temer) e no PSDB, como Aécio (Neves)", apontou. (Ricardo Leopoldo, enviado especial e correspondente)

   Lula continua em área restrita falando com visitas.  No auditório do sindicato manifestantes fazem batucada, cantam, gritam frases a favor de Lula e contra sua prisão. 

  Entre os argumentos usados nas redes sociais para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores (PT) comparou o momento vivido por Lula ao ocorrido com outros dois personagens históricos: os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart.

  "Vargas, Jango e outros inúmeros líderes sofreram derrotas, mas seus legados seguem vivos", publicou o PT em sua página oficial no Twitter. "A Luta continua!", diz a postagem. João Goulart, que ficou popularmente conhecido como Jango, foi deposto pelo Golpe Militar.