COM INFORMAÇÕES DE A TARDE
Da Redação , Salvador |
06/12/2017 às 21:35
A sentença não chegou a ser proferida pela juíza Gelzi Maria Souza após início de um tumulto
Foto: A TARDE
A médica Kátia Vargas foi absolvida da acusação de homicídio triplamente qualificado, referente à morte dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes Dias, de 21 e 23 anos. A decisão foi confirmada na noite desta quarta-feira, 6, inicialmente pelos promotores de Justiça Luciano Assis e Davi Gallo. A sentença não chegou a ser proferida pela juíza Gelzi Maria Souza que, após o início de um tumulto, solicitou a retirada do público do Salão do Júri, onde aconteceu o julgamento
A decisão causou revolta na família das vítimas, que se manifestaram ainda no Salão do Júri. A mãe dos jovens, Marinúbia Gomes Barbosa, subiu em uma cadeira e gritou que o caso "é uma vergonha".
Já a tia das vítimas, Mércia Gomes, ameaçou matar a médica. "Ela matou minha sobrinha linda. Kátia Vargas é assasina. Ela matou. Eu não sei o que está por trás disso. Ela vai morrer. Alguém dá conta dela", desabafou.
A tia das vítimas, Mércia Gomes, desabafa após a absolvição de Kátia Vargas. Veja o vídeo:
O julgamento começou na terça, 5, no Fórum Ruy Barbosa, em Nazaré. No primeiro dia, foram ouvidas as 10 testemunhas - cinco de acusação e cinco de defesa. Já esta quarta, 6, começou com o interrogatório da ré.
Durante seu depoimento, Kátia Vargas afirmou que não colidiu seu veículo, um Kia Sorrento, na motocicleta onde estavam Emanuel e Emanuelle. Segundo ela, houve uma tentativa de ultrapassagem, e não a intenção de matar os irmãos.
Sentada no banco dos réus, Vargas se limitou a responder apenas as perguntas da juíza presidente Gelzi Maria Souza, aos questionamentos dos sete jurados e às indagações feitas pela equipe de defesa, liderada pelo advogado José Luís Oliveira Lima.
Depoimento
Durante o depoimento, um jurado questionou se a médica acreditava que sua ultrapassagem pode ter levado à queda da moto. "Pode ser que sim", respondeu Vargas. Segundo a médica, ela acelerou para tentar ultrapassar a moto conduzida por Emanuel, após ser interpelada por ele. Contudo, ela negou qualquer discussão com o jovem.
A médica também afirmou que não bateu na moto, como é defendido pelo Ministério Público. Kátia Vargas ainda explicou que não se recorda do que aconteceu após o acidente.
"Depois do acidente, não lembro de mais nada. Só lembro que um policial veio me atender", afirmou a médica, que disse viver sob efeito de remédios, o que pode, segundo ela, afetar a sua memória.
Ela também ressaltou como sua vida parou após o acidente e como ficou sem trabalhar durante um período.
Após o depoimento da ré, representantes do Ministério Público, da acusação e da defesa da médica se pronunciaram.