Direito

ESCRAVIDÃO NA BAHIA: 19 pessoas são retiradas de fazenda no Sudoeste

Conforme o MPT, a operação foi realizada pela Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia
Da Redação , Salvador | 28/11/2017 às 18:27
Fazenda em Ribeirão do Largo mantém trabalhadores como escravos
Foto: MPT
Dezenove trabalhadores rurais que eram mantidos em condição análoga à escravidão foram retirados, na segunda-feira (27), da fazenda Vitória, no município de Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia. A informação foi divulgada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta terça-feira (28), por meio de nota.

Conforme o MPT, a operação foi realizada pela Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia. Os donos da fazenda foram identificados, mas não estavam no local no momento da ação do MPT. Conforme o Ministério, os responsáveis pela propriedade devem pagar R$ 40 mil de encargos trabalhistas que são referentes às rescisões dos funcionários.

Dos 19 homens, apenas o vaqueiro da fazenda tinha carteira de trabalho assinada. Todos os trabalhadores estavam em casas sem energia elétrica, água encanada, banheiros e sem acesso à água potável. Além disso, trabalhavam sem qualquer tipo de proteção como luvas, máscaras para aplicação de defensivos agrícolas, que eram armazenados o mesmo local em que dormiam.

As camas onde eles dormiam também eram improvisadas, feitas pelos trabalhadores, que eram responsáveis por levar os próprios colchões e roupas de cama. A alimentação e o local para as refeições também não eram garantidos.
Segundo informou o MPT, os homens trabalhavam na roçagem de terreno e no manejo de gado da fazenda. Algumas das vítimas estavam com marcas de picada de escorpião e de aranha. Os trabalhadores foram encaminhados para a casa deles localizada em Itambé, a cerca de 40 km de Ribeirão do Largo.