Direito

Condenação de Palocci deixa agenda de Moro livre para sentença de Lula

Palocci foi condenada a 12 anos de cadeia
Da Redação , Salvador | 26/06/2017 às 17:00
Juiz Sérgio Moro
Foto: Gazeta do Povo
   Segundo a Gazeta do Povo, de Curitiba, após dar um desfecho para o processo envolvendo o ex-ministro Antônio Palocci na Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro deve se debruçar sobre o caso do tríplex no Guarujá, que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta segunda-feira (26), o magistrado condenou Palocci a 12 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro referente a contratos da Sete Brasil com a Petrobras. O processo de Lula está pronto para sentença desde a última terça-feira (20), quando as defesas dos réus entregaram ao juiz suas alegações finais.

Nesta semana Moro deu uma pausa nas audiências de outro processo envolvendo Lula, em que o ex-presidente é acusado de irregularidades no aluguel de um imóvel em São Bernardo e na compra, pela Odebrecht, de um terreno para a construção de uma nova sede do Instituto Lula. A próxima audiência do caso ocorre apenas na sexta-feira (30). Até lá, Moro não tem nenhuma outra audiência marcada e pode aproveitar o tempo “livre” para analisar o processo do tríplex.

   LULA É CITADO 68
   VEZES DIZ VEJA

Mesmo não sendo réu na ação penal que condenou Antonio Palocci a doze anos, dois meses e vinte dias de reclusão, o nome do ex-presidente Lula é citado 68 vezes na sentença do ex-ministro, seja em trechos destacados pelo juiz Sergio Moro ou nas transcrições dos depoimentos que foram usados como provas para estipular as penas de cada réu. O ex-presidente da República deverá conhecer nos próximos dias sua primeira sentença na Lava Jato, no caso da compra do tríplex no Guarujá.

AMEAÇA

Na sentença em que condenou Antonio Palocci a passar 12 anos, dois meses e vinte dias na prisão, conhecida nesta segunda-feira, Sergio Moro mostra que não se convenceu com a versão do ex-ministro para os 130 milhões de reais que ele intermediou criminosamente entre o departamento de propinas da empreiteira e candidatos do PT nas eleições de 2008 e 2010 e muito menos com o aceno público do petista a colaborar com a Justiça.

Para Moro, o gesto de Palocci teve outras intenções e os destinatários do recado não eram, necessariamente, o juiz e os procuradores da Lava Jato. Embora o ex-ministro negocie uma delação premiada com o Ministério Público Federal, o magistrado interpretou as declarações dele “como uma ameaça para que terceiros o auxiliem indevidamente para a revogação da preventiva, do que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia naquele momento colaborar com a Justiça”.