Com informações do Moqueca e Antonio Passos
Da Redação , Salvador |
01/07/2016 às 10:39
Prisões aconteceram na quinta-feira
Foto: DIV
A operação desencadeada pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MP-BA) na Emasa resultou em duas prisões preventivas. O diretor de Planejamento e Expansão, José Antônio dos Santos, e o chefe do setor de Combate a Vazamentos, Pedro Barreto, já foram encaminhados para o Presídio de Itabuna, informa O Trombone.
Zé Antônio, como é conhecido, foi levado para o presídio depois de ser ouvido e fazer exame de corpo de delito, no Complexo Policial de Itabuna. Ele e Pedro Barreto são investigados por crimes contra as relações de consumo, peculato e condescendência criminosa. O processo corre em segredo de justiça.
Os pedidos de busca e apreensão na Emasa e em endereços de Zé Antônio e de Pedro Barreto e das prisões preventivas foram feitos pelo Ministério Público Estadual e acatados pelo juiz substituto da 2ª Vara Criminal, Marcos Adriano Ledo. Os dois funcionários da empresa são réus no processo 0502746-56.20168.050113.
PRISÕES NA QUINTA
A polícia civil cumpriu na manhã desta quinta-feira (30), em Itabuna, mandados de prisão preventiva e busca e apreensão na sede da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa). Um dos principais alvos foi o diretor de planejamento da empresa, José Antônio dos Santos, acusado pelo Ministério Público de ter cometido os crimes de peculato (tipo de apropriação indébita que tem o servidor público como autor), condescendência criminosa (deixar de responsabilizar subordinado envolvido em infração), além de delito contra as relações de consumo. As penas somadas podem chegar a 17 anos de prisão.
José Antônio é membro do PCdoB e foi indicado para o cargo de diretor pelo deputado federal Davidson Magalhães, do mesmo partido. Ele foi ouvido ainda de manhã no escritório do MP em Itabuna e, depois de ser submetido a exame médico, foi recolhido ao Conjunto Penal. Outro funcionário da Emasa, identificado como Pedro, também está preso preventivamente.
A apreensão e as prisões preventivas foram autorizadas pelo juiz Marcos Adriano Silva Ledo, substituto da 2ª Vara Crime de Itabuna. Há suspeita de que os réus tenham cometido desvios no uso de máquinas alugadas pela Emasa, além de irregularidades envolvendo a antecipação de pagamentos. Existem ainda informações de que outras prisões preventivas poderão ser decretadas nas próximas horas.
A justiça determinou a apreensão de contratos de locação de retroescavadeiras e carros-pipa, documentos relativos ao controle da jornada dessas máquinas, contrato de prestação de serviço e controle de jornada de Raimundo Ferreira Cruz Júnior, processos referentes a adiantamentos de pagamentos no período compreendido entre janeiro de 2013 e junho de 2016, e os contratos e contracheques de todos os diretores da Emasa.
A notícia sobre possíveis atos de corrupção na empresa de abastecimento de Itabuna traz indignação à cidade, que há quase um ano enfrenta a pior estiagem de toda a sua história e tem recebido água salgada da Emasa. Apesar de toda a dificuldade, a empresa é alvo de cobiça e a administração municipal deu início a um processo que visa sua concessão à iniciativa privada. O projeto depende de autorização da Câmara de Vereadores de Itabuna, que suspendeu sua tramitação alegando a inexistência do Plano Municipal de Saneamento e de uma agência reguladora.