Direito

Presidente TRT defende menos intolerância e mais amor no dia da mulher

Veja depoimentos de Adna Aguiar
Daniele Silva , Salvador | 08/03/2016 às 12:29

      Mais que uma data comemorativa 
      para ser celebrada com flores, mimos e mensagens de reconhecimento, o Dia 
      Internacional da Mulher, 8 de março, serve para, acima de todas as coisas, 
      rememorar as batalhas e desafios sociais, políticos e econômicos 
      enfrentados e vencidos ao longo dos anos. 

      Foi nesse dia, em 1857, que 
      operárias de uma fábrica em Nova Iorque morreram queimadas, depois de 
      protestarem pela redução da jornada de trabalho. Para exemplificar e 
      reforçar o poder daquelas que durante anos foram vistas como o sexo 
      frágil, o “TRE-BA Democracia”, programa de TV online produzido pela Justiça Eleitoral 
      baiana, conversou com a Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª 
      Região (TRT5), a Desembargadora Maria Adna Aguiar.

      De estampa floral violeta, cor 
      que simboliza o equilíbrio, dignidade, paz interior e inspiração, a 
      magistrada recebeu a equipe de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral 
      da Bahia (TRE-BA) em seu gabinete para falar, entre outros assuntos, dos 
      trabalhos voltados para atender as minorias, especialmente mulheres e 
      pessoas com deficiência.

      No bate-papo, a magistrada 
      avalia assuntos atuais, como a iniciativa do Ministério da Educação, que 
      trouxe como tema da redação, na edição 2015 do Exame Nacional do Ensino 
      Médio (Enem), “A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
      brasileira”. Ao seu ver, o pilar para uma sociedade menos intolerante está 
      no amor ao próximo. E foi esse sentimento que lhe encorajou a se formar em 
      Direito, pela Universidade Federal da Bahia, em 1974, e depois seguir no 
      campo jurídico.


      
      Confira aqui a entrevista 

      Trajetória de desafios

      
      Com dois anos de idade, Maria 
      Adna foi diagnosticada com poliomielite, doença infectocontagiosa aguda, 
      causada por um vírus que vive no intestino, o Poliovírus. Os desafios 
      pessoais lhe deram entusiasmo para voltar o olhar aos menos assistidos que 
      enxergava ao seu redor. 

      Questionada sobre a experiência 
      profissional que mais marcou a sua vida, mesmo depois de muitos anos, a 
      Desembargadora recorda da época que ainda era estagiária de Direito e 
      precisou pleitear pelo direito de uma mulher, mãe de algumas crianças, que 
      tinha sido abandonada pelo marido e enfrentava uma situação difícil para 
      cuidar dos filhos.  Com a voz 
      um tanto embargada, mas temperada de ânimo, ela relata os mínimos detalhes 
      dessa e de outras histórias no vídeo. 

      
      Os anos se passaram e a veia 
      feminista perdura. Assim como segue a bravura para pôr em prática os 
      projetos que têm à frente do TRT baiano pelos próximos dois anos. Ela é a 
      primeira mulher a presidir a Corte Trabalhista.