As Instituições baianas preocupadas com a violência no Carnaval de Salvador
Cecom , Salvador |
03/02/2016 às 18:34
Lançamento das campanhas no Ministério Público
Foto: Humberto Filho
Duas campanhas de fomento à cultura de paz e respeito às diferenças foram lançadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia na manhã desta quarta-feira, dia 3, data da abertura oficial do Carnaval de Salvador. Com o slogan ‘Diga não à violência contra a mulher’, a Instituição buscará mobilizar os participantes da folia momesca para enfrentarem a violência de gênero e denunciarem, através do Disque 100, os casos que tiverem conhecimento.
A valorização da liberdade e diversidade feminina e o combate à discriminação serão buscados por meio da campanha ‘Liberdade para ser linda do jeito que quiser’. Os dois temas, destacou a procuradora-geral de Justiça em exercício Sara Mandra Rusciolelli, são sensíveis e muito caros para a nossa sociedade. “Ainda são muitas as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, sobretudo pelas mulheres negras”, lamentou ela, frisando que “precisamos valorizar a mulher e enfrentar juntos todas as formas de discriminação e violência que são praticadas contra este público”.
Segundo a promotora de Justiça que coordena o Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e População LGBT (Gedem), Márcia Teixeira, as campanhas serão divulgadas nos dois circuitos do Carnaval. Vídeos, spots de rádio, folders, ventarolas e molduras para retirada de fotografias integram as peças das campanhas. De acordo com Márcia Teixeira, há seis anos o MP promove em parceria com o Observatório do Carnaval, que é coordenado pela Secretaria de Reparação do Município de Salvador, a campanha de combate à violência doméstica.
Já o projeto que busca reforçar o respeito às diferenças e o sentimento de liberdade nas mulheres surgiu a partir da repercussão negativa da música 'Cabelo de chapinmha', do cantor Bell Marques. Preocupado com as críticas nas mídias sociais, ele e os compositores da canção procuraram o MP para afastar qualquer ideia de que a música tinha intenção discriminatória contra a mulher, explicou a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis), promotora de Justiça Lívia Vaz. De acordo com ela, um Termo de Ajustamento de Conduta foi proposto pelo MP e assinado pelo cantor Bell Marques, que se comprometeu a financiar peças da campanha contra o sexismo e o racismo. O MP da Bahia é pioneiro na criação de uma Promotoria de Combate ao Racismo e na instituição de uma política de cotas em seus concursos.
O seu discurso e postura firmes foram ressaltados pela promotora de Justiça Livia Vaz, que destacou a importância da atuação para a sociedade. Representando o Tribunal de Justiça, a desembargadora Nágila Britto registrou o seu “encantamento” com as campanhas e destacou a relevância da ação conjunta entre os órgãos para o alcance de resultados mais efetivos.
Também participaram do lançamento e aplaudiram as iniciativas o procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos em exercício, Geder Gomes; o coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), promotor de Justiça Clodoaldo Anunciação; a promotora de Justiça auxiliar do Gedem Isabel Adelaide de Moura; a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana; as deputadas estaduais Luiza Maia e Fabíola Mansur; a vereadora Aladilce Souza; o assessor especial da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Ailton Ferreira; o superintendente do MP, Frederico Soares; o advogado José Pinheiro, representando Bell Marques; promotores de Justiça e servidores do MP; representantes de associações e militantes de movimentos em defesa das mulheres.