Direito

O DESABAFO da desembargadora Rosita Falcão candidata a PR do TJ/BA

Se eleita, promete uma gestão democrática e transparente, com diálogos com as associações dos servidores
Da Redação , Salvador | 19/11/2015 às 19:09
Rosita Falcão é candidata a presidente do TJ
Foto: BJÁ
“Os desafios são inúmeros, pois vivemos numa época de crise de valores e de credibilidade sem precedentes. Todas as instituições estão enfraquecidas e a população não aguenta mais esperar que as coisas melhorem. O povo está sedento de respeito à sua dignidade, à sua cidadania, ao seu direito a uma justiça célere e eficaz”.

Estas declarações são da desembargadora Rosita Falcão de Almeida Maia, com candidatura assegurada, por liminar concedida pelo Conselho Nacional de Justiça, para concorrer às eleições que escolherão a nova mesa diretora Afirmou ainda que a justiça baiana é “lenta e tardia” e que advogar em nosso estado é “um inferno” e garantiu ser preciso, sem medo, “encarar estas verdades em busca de soluções” e que o judiciário baiano está “cada vez mais desaparelhado, desestruturado e sucateado para enfrentar tais desafios”. 

Para ela, os servidores e juízes, valorosos e competentes em sua grande maioria, estão desmotivados, desanimados e desestimulados. “Em troca do extraordinário sacrificio que fazem para manter a máquina do judiciário funcionando, recebem espoliação e ameaças reiteradas”, pontuou. 

É necessário, no seu entendimento, que se modifique esse direcionamento, dando estrutura à máquina do judiciário, motivando os servidores e juízes, concedendo-lhes condições de trabalho, instalações adequadas e devolvendo-lhes a autoestima.

“Que se puna os maus magistrados, que são poucos, e que se valorize os bons, para que possamos nos orgulhar de novo do nosso judiciário”, disse, observando que, se nada for feito, “em pouco tempo veremos acontecer com os juízes e desembargadores, o que vem ocorrendo com determinados políticos: vaiados em todos os lugares por onde andam”. 

Sobre a luta para se manter candidata, explicou que, com um leque de opções maior, o eleitor pode escolher o perfil do candidato que mais corresponde à figura do presidente que acredita ser capaz de enfrentar e vencer os desafios.
“Estou cansada de ver o TJ/BA tomar rumos que o deprecia e o desacredita cada vez mais diante da sociedade, afastando-o do ideal de justiça. O Judiciário numa democracia é o poder mais forte, porque é dele sempre a última palavra. É quem dirime todos os conflitos oriundos dos outros poderes. Em última análise, é sua a responsabilidade de manter a paz social”.

Sobre os outros candidatos, assegura ter excelente relacionamento e respeito, mas faz uma ressalva: “não me considero melhor nem pior do que ninguém”. Se eleita, promete uma gestão democrática e transparente, com diálogos com as associações dos servidores, com a Amab e com a seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil. 

“Aos desembargadores cabe a tarefa de identificar o momento de promover as mudanças de paradigmas. Os modelos antigos estão gastos e não nos servem mais. Temos que pensar no futuro, na geração de jovens e também no povo, tão necessitado de justiça. Por fim, quero que os magistrados baianos sejam lembrados por seus filhos e netos, quando estes pensarem em justiça e integridade”.