Durante conferência, as internas levantaram demandas de educação, qualificação profissional, igualdade de gênero, geração de emprego e renda e fortalecimento de vínculos
Faltam apenas cinco meses para a interna V. N., 25, cumprir a sentença no conjunto penal feminino da Penitenciária Lemos de Brito, na Mata Escura, e assim poder rever os familiares que moram no município de Santa Maria da Vitória, a 800 quilômetros de Salvador. Presente na Conferência Livre de Juventude para jovens em privação de liberdade realizada na tarde desta terça-feira, 20, napenitenciária, a jovem demonstrou insegurança ao falar sobre o processo de ressocialização.
Mãe de uma menina de cinco anos, V. N. alertou que precisa de qualificação profissional e também de uma atividade diária no presídio, que possa gerar renda fixa para garantir sua sobrevivência e inclusão social. “A exemplo dos homens, precisamos trabalhar e receber um salário, não apenas ter diminuição da pena, e hoje nós tivemos a oportunidade de dialogar com o poder público sobre as nossas necessidades. Tenho fé que isso vai se tornar realidade”. Na avaliação da diretora do conjunto penal, Luz Marina, “o interesse e participação das mulheres durante o debate demonstrou que elas sentem necessidade de uma melhor qualidade de vida”. Segundo Luz, o presídio tem 143 internas, e 80% cumprem pena por tráfico e associação ao tráfico de drogas.
Durante a Conferência Livre, as internas também pautaram demandas sobre educação, qualificação profissional, igualdade de gênero, geração de emprego e renda e fortalecimento de vínculos. As demandas serão sistematizadas e farão parte da carta política da 3ª Conferência Estadual de Juventude, a 3ªConfJuv, que acontece nos dias 29, 30 e 31, em Salvador.
O evento foi realizado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), em parceria com o Conselho Estadual de Juventude e a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).