Direito

MPF entende que Edilson Capetinha deveria ser preso na Op Desventura

Com informações do Correio
Correio , Salvador | 12/09/2015 às 12:41
CORREIO mostra vida debochada do ex-assessor de Edilson Capetinha
Foto: DIV
  O Correio mostra como era a vida do ex-assessor de Edilson Capetinha, Eduardo Pereira, com passeios de helicóptero e jatinho, desfile em carrões, festas na piscina regrada a muito champanhe, casa em condomínio de luxo e roupas de grife.

   Era um debochado. Eduardo foi preso na quinta-feira pela Polícia Federal durante a Operação Desventura, que desarticulou uma quadrilha que desviava valores de prêmios não resgatados por ganhadores das loterias da Caixa.

   Segundo a PF, o alto padrão de vida do rapaz, que era divulgado por ele mesmo nas redes sociais, vinha sendo bancado com dinheiro do esquema, que envolvia também roubo de senhas de cartão de crédito.
Dois dias antes de ser preso em um condomínio de luxo na Avenida Paralela, Eduardo  postou fotos na internet exibindo pacotes de dinheiro em envelopes da Caixa. Nas legendas,  “Missão do dia cumprida” e “com pacote do dia garantido”.

EDILSON É FILMADO

Suspeito de participar de um esquema de fraudes no pagamento de prêmios de loterias da Caixa Econômica Federal, o ex-jogador Edílson da Silva Ferreira, o Edílson Capetinha, 44 anos, foi fotografado e filmado pela Polícia Federal (PF) durante um encontro com membros da organização criminosa no aeroporto de Salvador, há cerca de nove meses. Quem garante é o procurador da República Hélio Telho Corrêa Filho, do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), que pediu a prisão do empresário e ex-jogador da Seleção Brasileira.

Segundo as investigações da Polícia Federal, que na quinta-feira deflagrou a Operação Desventura na Bahia e em mais cinco estados, o ex-atleta teria tentado cooptar pelo menos dois gerentes da Caixa. Ainda segundo Telho, o pedido de prisão foi feito com base em escutas telefônicas e nas imagens que comprovam a ligação de Edílson com os outros integrantes do esquema. 

“Ele (Capetinha) tentou aliciar gerentes. Existem ligações telefônicas dele com integrantes da quadrilha que foram gravadas com autorização da Justiça. A PF  também acompanhou e fez fotos e filmagens de uma reunião que aconteceu entre o final do ano passado e o início deste ano no aeroporto de Salvador em que ele conversava com membros da organização criminosa”, comentou Telho, em entrevista ao CORREIO, ontem. Segundo ele, esses indícios levaram a promotoria a acreditar que Edílson teria uma participação no esquema, ainda que “em menor importância”.

Negado

Apesar do pedido de prisão, o titular da 11ª Vara Criminal da Justiça Federal de Goiás, juiz Leão Aparecido Alves, negou a prisão temporária para Capetinha. De acordo com a decisão do magistrado, a solicitação do MPF-GO foi indeferida porque “o suposto gerente”, citado por Telho, “não foi identificado nem vinculado a um dos gerentes referidos na presente representação (do MPF-GO)”. 

“Assim, não existem elementos para a prisão temporária, mas, sim por ora, para a condução coercitiva”, diz a decisão. Ou seja, Edílson só poderia ser conduzido para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas de participação no golpe, que teria desviado, durante cerca de um ano,  R$ 60 milhões, e depois liberado. Na representação, o MPF-GO apontou que o ex-atleta teria tentado cooptar o gerente da sua conta bancária a participar do esquema fraudulento.
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