Direito

TRT faz reunião nessa quarta para negociar acordo coletivo da EBDA

Encontro acontece na sede do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5), em Nazaré, no início da tarde desta quarta-feira (20)
Ascom MPT Bahia , Salvador | 19/05/2015 às 17:45

Quinze dias após a liminar concedida pela Justiça do Trabalho determinando a reintegração dos funcionários da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) até que o Governo do Estado se dispusesse a negociar um acordo coletivo para definir as condições para a demissão na empresa, será realizada uma reunião de negociação.O encontro dos representantes de empregados ameaçados de demissão e os interventores da empresa junto com procuradores do estado acontece na sede do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5), em Nazaré, no início da tarde desta quarta-feira (20). A negociação é fruto de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitando que o Estado só pudesse demitir os funcionários da EBDA após uma negociação coletiva.

Mesmo após ter sido concedida a liminar, a Procuradoria Geral do Estado deu entrada em um mandado de segurança pedindo a cassação da decisão provisória do juiz Juarez Dourado Wanderley, da 13ª Vara do Trabalho em Salvador. O desembargador Paulo Sérgio Silva de Oliveira Sá, no entanto, indeferiu o pedido. Com isso, ficou decidido que o próprio TRT sediaria encontro entre trabalhadores e representantes do Estado para a negociação coletiva. Nessa reunião, o Governo da Bahia e a interventoria da EBDA deverão apresentar proposta para amenizar os impactos sociais e econômicos sobre o conjunto dos funcionários da empresa, tais como extensão de benefícios, reaproveitamento de parte dos servidores em outros órgãos ou até mesmo um plano de demissão voluntária.

No curso da ação, o Estado já vinha sinalizando extraoficialmente com a possibilidade de oferecer algumas garantias além do pagamento puro e simples das rescisões contratuais. Mas somente após a última audiência da ação civil pública que segue na 13ª Vara, reuniu-se com representantes dos funcionários. Agora, governo e trabalhadores terão um foro para debater as condições em que se darão as demissões, sob o acompanhamento do MPT e do próprio Tribunal. Somente após chegarem a um acordo é que será possível para os interventores da EBDA retomar o processo de desligamento dos funcionários, já que todas as demissões realizadas até o momento foram invalidadas pela liminar.

A ação civil pública foi movida pelo MPT após tentativa de mediação entre as duas partes, na qual o governo sinalizou que não pretendia negociar com os demitidos. O juiz Juarez Dourado, no entanto, optou por não se pronunciar sobre a liminar inicialmente, insistindo para uma solução negociada. Informou, inclusive, que não decidiria enquanto houvesse possibilidade de acordo entre o MPT e o Estado, mas ressalvou que para não se pronunciar esperava que o governo baiano não realizasse novas demissões. No último dia 30, cinco dias antes de audiência do processo, a EBDA surpreendeu os procuradores com o anúncio de cerca de 300 demissões, praticamente finalizando as dispensas previstas pelo Governo do Estado dentro da estatal em liquidação.