Com o tema “Direito: Desafios, Oportunidades e Mercado de Trabalho”, a jurista e ex-ministra Eliana Calmon discursou sobre a atual situação da profissão da advocacia, durante o Meeting de Pós UNIFACS, realizado na última quinta-feira (23). Também participaram do debate os professores da instituição, Gabriel Seijo, especialista em Arbitragem e Mediação, e Direito Empresarial; e o promotor de justiça do Ministério Público do Estado da Bahia, professor Roberto Gomes.
O encontro reuniu especialistas e alunos do curso de Direito no auditório da UNIFACS, no Campus Paralela. Para a advogada e administradora, Lorena Sampaio, essa é uma boa oportunidade de estar em contato com pessoas da área. “Estou há dez anos fora do mercado. Formei em Administração para agregar à minha formação em Direito, e decidi assistir à palestra da Eliana Calmon, por ela ser quem é e para ter uma melhor visão de mercado”, afirmou.
Durante a palestra, a também ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça, fez duras críticas ao sistema judiciário, mas também refletiu sobre como a área do Direito está sendo vista e tratada desde a formação do estudante até carreira que o profissional percorre. “O que nos falta muito é atividade de pensar, pois estamos muito na área da repetição, só falando as coisas que estão nos livros. Precisamos de uma formação mais adequada que faça o aluno pensar e verificar que pode mudar a situação jurídica em que o país se encontra”, destacou Eliana Calmon.
Oportunidades
Segundo a jurista, o mercado de trabalho para o setor de advocacia está fértil e pulverizado, dentre eles, está o segmento da arbitragem da conciliação e mediação. “Existem 90 milhões de ações tramitando no Brasil e isso tem atraído muitos escritórios estrangeiros, ou seja, são oportunidades para quem quer fazer carreira”, ressaltou Calmon. Advocacia Pro bono também foi outra área tida como promotora, de acordo com a ex-ministra. Entretanto, o professor Gabriel Seijo salientou que “o aluno precisa sair da caixa e carregar consigo os valores éticos e deontológicos para alcançar o sucesso”.
Em relação às características de um profissional, Roberto Gomes foi enfático ao afirmar que “tanto o setor público quanto o privado querem do profissional do Direito, inteligência emocional, gostar de estudar e que escreva minimamente bem. Além disso, para quem quer seguir carreira pública, deve também gostar de atender gente”.
Especialização
Para os especialistas, o profissional do Direito não precisa ser multifacetado, mas precisa dar continuidade aos estudos e se especializar. “Muitos alunos quando concluem a faculdade ficam ansiosos para ingressar no mercado de trabalho, eles só não podem se esquecer de continuar estudando e buscar uma pós-graduação, que é muito importante para seguir uma carreira melhor sucedida”, aconselhou Gabriel Seijo.