Assistentes sociais que integram o quadro de servidores dos Ministérios Públicos de todo país estão reunidos, em Salvador, para participar do 'V Encontro Nacional do Serviço Social no Ministério Público'. O evento foi aberto na noite de ontem, dia 15, pelo procurador-geral de Justiça Mácio Fahel, que deu as boas-vindas e desejou êxito aos mais de 160 participantes do encontro. Para ele, o vínculo existente entre o Serviço Social e o Ministério Público é notório e, apesar do MP ter mais de 400 anos e o Serviço Social só ter sido estabelecido como profissão na década de 30, na verdade, é difícil saber quem nasceu primeiro. “Não se pode separar um do outro. Há uma comunhão de atuação e de preocupação entre esses serviços, que ninguém pode negar que este vínculo é muito forte”, destacou o PGJ. Márcio Fahel agradeceu às assistentes sociais do MP baiano pelo empenho no desenvolvimento do evento e, de forma especial, apresentou seu agradecimento à promotora de Justiça aposentada Itana Viana, que compôs a mesa de abertura representando os membros do MP que trabalharam com o Serviço Social na instituição. A promotora de Justiça recebeu uma homenagem das assistentes sociais.

Destacando a sua felicidade em participar do evento promovido pelo MP, Itana Viana agradeceu ao PGJ e às assistentes sociais e lembrou que o Serviço Social surgiu no século XX, como grande interlocutor entre as pessoas e as instituições. “Este serviço se tornou fundamental para a efetivação dos direitos sociais que a Constituição Federal de 1988 reconheceu”, registrou ela, ressaltando que “o Serviço Social é a grande ponte no diálogo entre o indivíduo e as instituições e não poderia o MP, com as atribuições que lhe conferiu a Constituição, operar o direito sem a interlocução dele. É o Serviço Social que conhece o povo, porque é ele que vai a cada rua e beco da periferia, aos hospitais, às penitenciárias e conhece todas as dores humanas”, frisou Itana Viana. Também integraram a mesa de abertura do evento o coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MP (Ceaf), promotor de Justiça Valmiro Macedo; a representante do Conselho Regional de Assistência Social, Andréia Batista de Araújo; a representante da comissão organizadora do IV Encontro Nacional do Serviço Social, assistente social do MP do Rio de Janeiro, Márcia Nogueira; e a assistente social do MP baiano Ângela Almeida, que registrou o orgulho em sediar o evento de tamanha importância para o aprimoramento institucional. Ela lembrou que as discussões, que acontecem até amanhã (17), terão como tema central 'Planejar: em que direção?'.

A professora associada da Universidade Estadual de Londrina, Sílvia Alapanian, abriu o ciclo de palestras do encontro com a conferência magna que teve como ponto principal o planejamento. Ela destacou que o processo de reflexão sobre o Serviço Social se iniciou no final da década de 40, quando os profissionais da área chegaram ao Judiciário brasileiro. Desde então, começou o ciclo de planejamento, disse Sílvia, assinalando que esse é um processo técnico e político que requer uma discussão relativa ao aspecto do como fazer, que se subordina ao “o que queremos fazer” e tem muito a ver com os caminhos que parecem possíveis para o desenvolvimento da sociedade. Para a assistente social, um diagnóstico da realidade é fundamental para esse planejamento.