Veja o que aconteceu
Ascom Bonfim , Salvador |
11/09/2014 às 09:57
Filho do policial pede Justiça
Foto: DIV
Familiares e amigos do policial civil Domingos Ramos Soares, assassinado há três anos, realizam na sexta-feira (12) um protesto para cobrar celeridade da “justiça” na conclusão do caso. Ramos foi morto pelo sargento da Polícia Militar Carlos Alberto Souza dos Santos, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), que continua em liberdade. O ato tem início previsto para 16h30min, em frente à Igreja do Bonfim, na Cidade Baixa. Logo após a manifestação, que ocorrerá de forma silenciosa, uma missa será celebrada em memória da vítima.
Completa-se três anos em que o investigador da policial civil Domingos Ramos Soares, 62 anos, foi morto sargento da Polícia Militar Carlos Alberto Souza dos Santos, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer). O sargento continua em liberdade e a família de Domingos continua pedindo por ‘justiça’. Uma missa será realizada na Igreja do Bonfim, na cidade baixa, onde também acontecerá um protesto silencioso pela execução do civil.
Em contato com o Bocão News, a mulher do investigador, Iara Soares, contou que a família continua indignada com a falta de punição do acusado. “São três anos sem nada acontecer. A última audiência foi em junho do ano passado e ele continua em liberdade. Esse crime banal não pode ficar impune. Ele é um assassino e precisamos de justiça”, disse emocionada.
Relembre o caso
O investigador foi morto após uma discussão durante a madrugada do dia 12 de setembro de 2011, no bairro dos Barris, no Centro de Salvador. De acordo com agentes de polícia do Hospital Geral do Estado (HGE), Ramos, que atuava na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), foi baleado no peito por volta de 1 hora da madrugada, em frente à sede da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador).
De acordo com o genro da vítima, Rui Carigé, o agente Ramos, após deixar o plantão na DRFR, teria se envolvido em um acidente com um ônibus no bairro do Comércio. Mesmo acertando todos os trâmites com o condutor do veículo, ele foi até a sede da Transalvador para registrar a ocorrência, quando funcionários teriam negado o atendimento.
Dentro do pátio da Transalvador estava o policial militar, conhecido como Souza que presta serviço para o órgão e se incomodou com a insistência do policial civil em ser atendido. Ainda de acordo com Rui, o PM teria pedido para Ramos deixar o local, este se identificou que também era policial e que não precisaria receber este tipo de atendimento, Souza por sua vez teria respondido que "policial civil também apanha" em tom de irritação.
Uma testemunha que estava com a vítima no momento da discussão, disse em depoimento na Corregedoria da Polícia Civil que mesmo quando a vítima seguia de volta para o carro, o PM continuou esbravejando. Ramos teria dito que "isso não ficaria assim", foi quando o acusado efetuou diversos disparos. Quatro tiros atingiram o carro do policial civil e um dos tiros atingiu o peito da vítima. "Este foi o tiro fatal, foi à queima roupa, ele atirou pra matar mesmo, foi perto do coração" disse.
O filho da vítima, Daivison da Silva Soares, disse à reportagem do Bocão News, à época, que o investigador Ramos era um exemplo para a corporação e não existe a possibilidade de ele ter atirado no sargento. "Meu pai prestou grandes serviços para sociedade. Foram três anos no Exercito, quatro anos na própria Polícia Militar e 32 anos de Polícia Civil. Ele era um policial experiente e não conseguimos admitir a versão de que ele teria tentado atirar. Isso é mentira", desabafou.