Com informações do MP/BA
MP , Salvador |
28/08/2014 às 18:40
O investigador da Polícia Civil Carlos José da Silva, lotado na Delegacia Territorial de Macaúbas, foi acusado, juntamente com José de Souza Meira, pelo homicídio de Venilso de Souza Meira. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público, por meio do promotor de Justiça Raimundo Moinhos, que apontou a incidência de três qualificadoras sobre o homicídio: motivo torpe, crueldade e impossibilidade de defesa da vítima. O fato criminoso ocorreu no dia 18 de abril, na localidade de Santa Terezinha, no município de Macaúbas. De acordo com a denúncia, os dois, “agindo livres e conscientemente”, espancaram e desfiriram disparos contra a vítima, atingindo-o no pé e na coxa, acertando veia femural e ocasionando sua morte.
Consta da denúncia que, no dia dos fatos, a vítima tentou visitar seu filho na casa da ex-companheira, que não aceitou a visita e “chamou o policial Carlos e tio dela, o também denunciado José de Souza Meira”. De acordo com Raimundo Moinhos, os dois chegaram juntos ao local em um veículo não oficial. Quando o policial abordou Venilso, houve uma discussão que evoluiu para uma briga e o policial, então, colocou o filho da vítima e a mãe dele no carro. Nesse momento, Venilso pediu que anotassem a placa do carro e tentou impedir a partida do veículo. Conta o promotor de Justiça que, então, os dois denunciados começaram a espancar a vítima, “tendo o policial efetuado cerca de seis disparos, atingindo apenas uma vez um dos pés de Venilso, que foi algemado e colocado na mala do carro”.
A denúncia relata ainda que, momentos depois, uma testemunha chegou a chamar o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). “O policial, no entanto”, prossegue Raimundo Moinhos, “não esperou o Samu, colocando a vítima mais uma vez dentro do veículo, sendo que, na trajetória, o Samu encontrou o veículo e assumiu o socorro”. O promotor de Justiça destaca que, “quando a vítima foi socorrida não apresentava apenas a lesão por disparo no pé, mas também uma nova lesão na coxa, revelando que, somente após ter sido algemada e colocada dentro da mala do carro, o policial desferiu o disparo fatal”. A vítima, que estava em estado grave, chegou a ser encaminhada para o município de Vitória da Conquista, mas não resistiu aos ferimentos vindo a morrer.