A Federação acha este ato um completo absurdo!
FENACONTAS , Salvador |
27/10/2013 às 17:11
Diretores do Sindicontas da Bahia são suspensos dos seus cargos de auditor, uma das punições ocorreu porque estes elaboraram uma nota pública se pronunciando contra à indicação de um auditor ao cargo de conselheiro, tendo em vista as irregularidades encontradas na auditoria para investigar a incompatibilidade de acumulação de cargos públicos de professor da UNEB com outros cargos.
No presente caso, foi observado que este auditor acumulava o cargo de auditor com os de professor na UNEB e de professor da UCSAL. "Ressalta-se que o auditor ocupava no TCE o cargo em comissão de Coordenador de Gabinete de Conselheiro e a função de substituto de Conselheiro."
Confira na íntegra o que ocorreu:
"Ontem, 24 de outubro de 2013, Homero Faria da Matta Dourado foi punido no Tribunal de Contas do Estado da Bahia com duas suspensões de dez dias cada, a primeira, sozinho, e a segunda, ao lado dos outros dirigentes sindicais do Sindcontas, Euvaldo Neves, Joselito Mimoso e Sidney Chaves.
Qual o motivo da primeira punição?
Homero estava liderando uma auditoria para investigar a incompatibilidade de acumulação de cargos públicos de professor da UNEB com outros cargos e identificou entre estes servidores um auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que acumulava os cargos de auditor com os de professor na UNEB e de professor da UCSAL. Ressalta-se que o auditor ocupava no TCE o cargo em comissão de Coordenador de Gabinete de Conselheiro e a função de substituto de Conselheiro.
A carga horária de auditores do TCE é de 37 horas (Ato 39/94 da Presidência do TCE). A esta jornada, o auditor acumulava mais 40 horas na UNEB e 20 horas na UCSAL. Além dos vínculos registrados no currículo lattes de professor colaborador de oito instituições de ensino: Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe (FANESE), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR), Faculdade Juvêncio Terra (FJT), Fundação para o Desenvolvimento das Ciências (FDC), Fundação Universidade do Tocantins (FUT) e Fundação Visconde de Cairu (FVC).
Este auditor tornou-se Conselheiro do TCE, em 2012, e iniciou uma cruzada contra Homero Dourado porque ele usou estas informações na sua investigação de auditória e para embasar uma representação no Ministério Público Estadual e no Ministério Público de Contas para apurar estas supostas irregularidades.
Em tempos de defesa da transparência na gestão pública, conforme determina a Constituição Federal, como aceitar esta punição? A Lei de Acesso a Informações (Lei 12.527 de 2011) representou um avanço na consolidação democrática do Brasil. Infelizmente, os Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios, os órgãos do poder executivo e a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia ainda não seguiram o bom exemplo dos poderes executivo, judiciário e legislativo federal que divulgaram o contra-cheque dos servidores, o que tem permitido maior acesso da sociedade às informações, favorecendo o controle social na gestão pública.
Qual o motivo da segunda punição?
Homero Dourado, ao lado de Euvaldo Neves, Joselito Mimoso e Sidney Chaves, diretores do SindContas, foram punido por falta disciplinar no âmbito de suas laborais porque elaboraram uma nota pública, que nunca foi divulgada na sua integridade em nenhum veiculo de comunicação. Nesta nota, os membros da Diretoria do Sindicato se pronunciaram contrários à indicação do auditor para Conselheiro, devido as possíveis irregularidades que estavam sendo apuradas.
Uma luta política legitima foi deflagrada pela substituição da vaga de Conselheiro, que teve como resultado a punição de quatro servidores com dez dias de suspensão por exercício da atividade sindical.
Servidores públicos tem que prestar contas à população e respeitar as leis quanto ao cumprimento de carga horária e do teto constitucional remuneratório. Por que aceitar que o contra-cheque de um auditor de um órgão de controle, hoje Conselheiro, que deve ter reputação ilibada, seja mantido em segredo?
Em uma tarde tenebrosa, num julgamento político com conotação de caça às bruxas, que nos lembrou dos tempos da Ditadura, só a leitura do voto do Conselheiro Pedro Lino trouxe alguma esperança de que poderemos reverter esta injustiça. O único Conselheiro que votou pela absolvição de Homero, advogado e professor Pedro Lino falou do “breu das tocas” e do “silêncio da cidade”, destacou que Homero foi crucificado neste processo e do absurdo do julgamento político de sindicalistas, o que abre um precedente grave para o movimento sindical dos servidores públicos do Estado da Bahia."