Caso tem grande repercussão e a médica será ouvida pela Policia
A Tarde , Salvador |
17/10/2013 às 11:04
Médica Kátia Vargas sai com rosto encoberto
Foto: A Tarde
(Atualizada às 13h43min)
A médica Kátia Vargas Leal Pereira, 45 anos, não quis falar durante seu depoimento no Presídio Feminino, em Mata Escura, onde está detida após deixar o Hospital Aliança, na manhã desta quinta-feira, 17. Ela respondeu apenas a perguntas-padrão sobre seu nome e outras informações pessoais, mas não esclareceu o que aconteceu durante o acidente que causou a morte dos irmãos Emanuelle e Emanuel Gomes Dias, no último dia 11.
De acordo com o promotor do Ministério Público, David Gallo, Kátia não está na cela, e sim, na enfermaria do presídio, já que está em estado de choque. "Ela necessita de atendimento médico notadamente pelo seu estado mental. A impressão que deu é de uma pessoa catatônica, não sei se por uso de calmante", explicou o promotor em entrevista a uma emissora de televisão.
O advogado de defesa da oftalmologista, Vivaldo Amaral, não disse se pretende recorrer da prisão preventiva, mas afirmou que tomará "todas as medidas cabíveis". Ele também disse que "com certeza virão fatos novos que vão mostrar o que realmente aconteceu". De acordo com o defensor, sua cliente só vai se pronunciar em júri.
A previsão é que agora com a detenção da médica, a delegada Jussara Souza, titular da 7ª Delegacia, no Rio Vermelho, finalize nesta sexta, 18, o inquérito e encaminhe para a justiça. O promotor David Gallo disse que Kátia Vargas será indiciada por homicídio triplamente qualificado.
(Matéria das 10h55min)
A médica Kátia Vargas Leal Pereira, 45 anos, deixou o Hospital Aliança na manhã desta quinta-feira, 17, por volta das 9h15, para prestar depoimento e ficar detida. O advogado Vivaldo Amaral, que defende Kátia, acompanhou o deslocamento de sua cliente, levada para a Penitenciária Feminina, em Mata Escura. Ela chegou por volta das 9h40.
Ao sair do hospital, pela porta da frente, a médica, que segurava um terço, evitou falar com a imprensa. Sem algemas, ela usava um colar cervical. Kátia, que ficou o tempo todo com as mãos suspensas para esconder o rosto, foi conduzida em uma viatura da polícia após a delegada Jussara, da 7ª Delegacia do Rio Vermelho, chegar a unidade médica.
Daniel Keller - advogado da família dos irmãos Emanuelle e Emanuel Gomes Dias, mortos no acidente envolvendo a médica - também acompanha a prisão de Kátia.
Na tarde desta quarta, 16, o Ministério Público (MP) divulgou o resultado da perícia feita pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) sobre o estado de saúde de Kátia. O laudo apontou que não havia necessidade da médica continuar internada. O relatório do Aliança, no entanto, informou que a paciente precisaria ficar em observação por mais 24h ou 48h.
Médica fala em suicídio
No mesmo relatório do MP, o promotor Davi Gallo informou que a médica Kátia Vargas contou aos peritos, que foram ao Aliança para avaliá-la, que estava arrependida e com vontade de se suicidar. No entanto, ele ressaltou que este posicionamento da suspeita "pode ser uma orientação da defesa".
"Se ela tivesse comportamento suicida, os peritos teriam acrescentado no laudo. Mas eles apenas contaram que ela disse isso. Não vejo arrependimento, nem vontade se matar. Ela tem medo de perder a liberdade", relatou.